23 de Abril de 2024 - Ano 10
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28/08/2020

Mourão vê 'precipitação' de Salles e diz que operações na Amazônia e no Pantanal vão continuar

Foto: Divulgação

Vice-presidente preside Conselho da Amazônia. Segundo ele, não haverá bloqueio de verba, argumento do ministério para suspensão de ações contra desmatamento e queimadas.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia Legal, afirmou no fim da tarde desta sexta-feira (28) que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se precipitou ao anunciar a suspensão das operações de combate ao desmatamento e às queimadas na floresta amazônica e no Pantanal.

 

Segundo Mourão, o bloqueio orçamentário de R$ 60,6 milhões do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) — apontado pelo Ministério do Meio Ambiente como motivo para a suspensão das operações, anunciada nesta sexta — não será efetuado.

 

“O ministro teve uma precipitação aí e não vai ser isso que vai acontecer. Não vai ser bloqueado os 60 milhões aí entre Ibama e ICMBio”, disse Mourão a jornalistas na saída da vice-presidência.

 

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"O ministro se precipitou, pô, precipitação do ministro Ricardo Salles. O que tá acontecendo? O governo está buscando recurso para poder pagar o auxílio emergencial. É isso que eu estou chegando à conclusão. Então, está tirando recursos de todos ministérios. Cada ministério oferece aquilo que pode oferecer, né?", declarou.

 

Segundo Mourão, o ministro "teve uma precipitação aí e não vai ser isso que vai acontecer. Não vão ser bloqueados os R$ 60 milhões aí, entre Ibama e ICMBio, que são exatamente do combate ao desmatamento e queimada ligados à área do ministério".


Mourão disse que conversou com Salles por telefone. Segundo ele, o ministro do Meio Ambiente precisa entender que não agiu da melhor forma ao divulgar a nota.

 

"Vamos esperar que agora ele reflita e chegue à conclusão que não foi a melhor linha de ação a que ele tomou. E criou um caso aí que não era para ser criado", afirmou o vice-presidente.

 

Questionado se a nota de Salles poderia soar como um pedido informal de demissão, Hamilton Mourão disse que não entraria nesse assunto porque Salles é ministro do presidente Jair Bolsonaro.

 

"Então, isso não compete a mim. O que eu estou colocando para vocês é que foi divulgada uma nota que repercutiu de forma negativa, principalmente num momento em que a gente sabe que tem que estar combatendo essas ilegalidades, e estou colocando que não é essa a realidade que vai acontecer", declarou Mourão.

 

Rodrigo Maia


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse por meio de nota que causou "perplexidade" o anúncio do Ministério do Meio Ambiente. Ele disse que a Câmara buscará meios de sustar a decisão de bloqueio de recursos e desmobilização das equipes de combate ao desmatamento ilegal e aos incêndios

 

"Causa perplexidade a medida anunciada pelo Ministério do Meio Ambiente diante dos graves danos que deverão ser causados ao meio ambiente. Parece-nos flagrante a inconstitucionalidade das medidas anunciadas", afirmou.

 

Segundo ele, a Constituição é "eloquente" quanto ao grau de proteção ao meio ambiente e estabelece que floresta amazônica e Pantanal são patrimônio nacional.

 

"Tais medidas são, pois, incompreensíveis e inaceitáveis. Informo à sociedade brasileira que a Câmara dos Deputados já estuda o caso e irá se socorrer da jurisdição constitucional para sustar a decisão de bloqueio de recursos e desmobilização das equipes de combate ao desmatamento ilegal e aos incêndios", disse.


A nota do ministério


O Ministério do Meio Ambiente anunciou por meio de nota que, a partir de segunda-feira (31), serão suspensas todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal.

 

De acordo com a nota, a suspensão é motivada por um bloqueio financeiro determinado pela Secretaria de Orçamento Federal em verbas do Ibama e do ICMBio.

 

Segundo a nota, foram bloqueados R$ 20,9 milhões do Ibama e R$ 39,7 milhões do ICMBio. O ministério afirma que esses R$ 60,6 milhões "vêm a se somar à redução de outros R$ 120 milhões já previstos como corte do orçamento na área de meio ambiente para o exercício de 2021".

 

O ministério informou que, em relação ao combate ao desmatamento ilegal, serão suspensas as atividades de

 

77 fiscais, 48 viaturas e dois helicópteros do Ibama;


324 fiscais do ICMBio.


Em relação às queimadas, serão desmobilizados

 

1.346 brigadistas, 86 caminhonetes, dez caminhões e quatro helicópteros do Ibama;


459 brigadistas e 10 aeronaves Air Tractor do ICMBio.


De acordo com a nota do ministério, a informação sobre o bloqueio das verbas foi transmitida por Esteves Colnago, chefe da assessoria especial do Ministério da Economia.

 

A determinação para o bloqueio teria sido dada pela Secretaria de Governo e pela Casa Civil da Presidência da República.

 

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O G1 questionou esses órgãos e aguardava respostas até a última atualização desta reportagem. 

 

G1

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