Mulher é seguida por funcionários, tem a sacola de compras revirada e acusa loja em São Paulo de racismo. VEJA VÍDEO

Uma mulher negra foi seguida por funcionários e teve a sacola de compras revirada, no Shopping Tucuruvi, na Zona Norte de São Paulo, na terça-feira (30). Ela acusa a loja Daiso Japan de racismo. O vídeo da abordagem gravado por Mirian Guedes foi postado nas redes sociais e viralizou.

“Fui comprar um presente para a minha irmã. Fiquei dentro da loja um bom tempo escolhendo os produtos. Fiquei com os itens na mão. Nisso, uma colaboradora me ofereceu um cesto. Eu coloquei tudo dentro do cesto, continuei lá, fui pro caixa pagar. Demorei um bom tempo pra pagar, porque o cartão não leu. Paguei, fui embora”, lembrou Mirian.

A loja Daiso diz que lamenta o ocorrido e vai analisar as câmeras do dia. 

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No vídeo feito pela cliente, os funcionários a seguem no shopping e pedem a sacolinha com compras feitas na loja (veja acima). Na sequência, os dois conferem os produtos da cliente com a nota fiscal em mãos.

“Quando eu estou no segundo piso do shopping, a mesma colaboradora que me ofereceu o cesto passa por mim. E ela fala assim pra mim: 'eu acho que a senhora, por engano, colocou alguma coisa na sua bolsa'. Não entendi muito bem, e falei: ‘Você quer olhar a sacola?’ Ela falou: ‘sim’”, lembra.

“Quando ela terminou [a checagem] eu falei: ‘Tá tudo ok?’. Aí ela: 'Está'. Eu falei que queria devolver a compra, que queria meu dinheiro de volta”. Então, ela diz que o segurança falou que viu nas câmeras que eu estaria colocando as coisas na bolsa”, detalha

Revoltada com a situação, Mirian quis devolver os objetos comprados e todos voltaram à loja.

“Entramos na loja. Ela [funcionária] foi para o fundo do caixa. E [a funcionária] mexendo ali no monitor, onde acho que dá pra ver as câmeras e no telefone. E eu lá falando: 'quero meu dinheiro de volta. Eu quero meu dinheiro de volta'. E ela me ignorando.”

“Comecei a ficar nervosa. Eu falei: ‘Cadê as câmeras? Mostra a filmagem. Aí, ela tampava o ouvido, olhava com cara de riso e falava pra eu parar de gritar”, recorda Mirian.

Segundo a cliente, a situação durou aproximadamente uma hora, até um segurança do shopping ir ao estabelecimento e pedir que ela se acalmasse.

“Relatei tudo pra ele e falei que não peguei nada. Joguei as coisas que estavam dentro da minha bolsa no balcão. Para o meu azar, eu consumo lá. Eu compro as coisas lá. Então, eu estava com uma sacolinha de marmita, que eu comprei há meses, com uma bolsinha de moeda que eu comprei alguns dias atrás e eu não sei se foi isso que motivou e ela olhou na minha bolsa e deduziu que eu roubei.”

O caso foi registrado na polícia como calúnia, injúria e preconceito de raça ou cor. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que duas mulheres, de 35 e 25 anos, e um homem, de 33, foram conduzidos até o 73°DP (Jaçanã) na tarde de quarta-feira (30) após um desentendimento em uma loja do shopping.

“A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência. No local, a mulher de 35 anos relatou que um funcionário do estabelecimento teria a acusado de furto e alegou que a acusação foi devido a questões raciais. Os funcionários da loja, por sua vez, alegaram que foram ofendidos."

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Mirian conta que aguarda os desdobramentos e que ficou chateada com o caso. “Humilhada, envergonhada. Eu não imaginava passar por isso. E sem justificativa, não mostraram as filmagens”.

Fonte: G1

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