A chama do movimento pelos direitos das mulheres foi acesa por volta de 1840, nos Estados Unidos, quando algumas abolicionistas decidiram lutar também contra a opressão masculina.
Mais de 180 anos depois, o sexo feminino ainda tem barreiras a derrubar. A igualdade de gênero é uma realidade, porém, incompleta. Realizada a 12 mil quilômetros do Brasil, a Copa do Catar representa ao mesmo tempo o machismo institucionalizado e uma nova etapa de libertação às mulheres de lá e daqui.
Há ineditismos de valor incalculável. Pela primeira vez, após pressão internacional, mulheres cataris puderam entrar em um estádio para assistir a uma partida de futebol.
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Enquanto isso, no País de Marta, jogadora eleita seis vezes a melhor do mundo, temos a primeira narradora, Renata Silveira, e a primeira comentarista, Ana Thais Matos, em jogos da Seleção na TV aberta.
Há ainda a estreia de Formiga fazendo comentários. A ex-jogadora, recordista de participação em Copas (sete vezes), agrega ainda mais representatividade por ser negra, nordestina e lésbica.
Natalia Lara é outra desbravadora: a primeira mulher a comandar transmissões de um Mundial da FIFA no SporTV. No mesmo canal, Renata Mendonça marca presença como comentarista, assim como a especialista em arbitragem Janette Arcanjo.
Nas narrações alternativas do Globoplay, Fernanda Colombo analisa as decisões de juízes e bandeirinhas. Destacam-se ainda duas celebridades transformadas em comentaristas na TV. No 'Central da Copa', na Globo, Jojo Todynho dá visibilidade às mulheres negras e gordas.
Enquanto isso, no 'Tá na Copa', no SporTV, Deborah Secco desafia o machismo generalizado (inclusive da parte de muitas brasileiras) com seus figurinos considerados provocantes.
No gramado do Catar, Neuza Back se torna a primeira brasileira a integrar um trio de arbitragem em uma Copa. Trata-se de visível avanço, mas ainda há um longo caminho a ser vencido em campo e nas cabines de transmissão da imprensa.
Apesar de valiosas iniciativas contra a discriminação, o futebol continua a ser um terreno onde a misoginia impera. Essa guerra é bem mais longa do que os 90 minutos de bola rolando.
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"Necessitamos de apoio. Mais que isso, precisamos de respeito. E valorizar é mostrar respeito, tanto no esporte como na vida", disse nossa hexacampeã Marta.
Fonte:Terra