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26/09/2022

Nasa colide nave contra asteroide em teste de defesa da Terra

Foto: Reprodução

Impacto aconteceu às 20h15 (horário de Brasília) com o objetivo de alterar levemente a órbita do asteroide

Nesta segunda-feira, 26, a missão Double Asteroid Redirection Test (DART), da Nasa, chocou uma nave contra Dimorphos, o asteroide que orbita seu "irmão" Didymos. O impacto faz parte de um teste com o objetivo de causar uma leve mudança na órbita de Dimorphos, oferecendo dados essenciais para os cientistas e engenheiros desenvolverem estratégias de defesa planetária.

 

O impacto aconteceu às 20h15, no horário de Brasília, após a sonda DART viajar mais de 11 milhões de quilômetros até seu alvo. A DART enfrentou o desafio de navegar até Dimorphos autonomamente usando o instrumento Didymos Reconnaissance and Asteroid Camera for Optical navigation (DRACO), o único que leva a bordo.

 

As imagens capturadas pelo DRACO foram transmitidas em tempo real até a perda de sinal após a colisão. A DART foi destroçada com o impacto, mas a boa notícia é que o pequeno satélite LICIACube estava por perto para registrar a aproximação da DART, o impacto e os efeitos dele. O LICIACube entrou em ação cerca de três minutos após a colisão, capturando imagens e vídeos da pluma de detritos ejetada do asteroide e, com sorte, o satélite pode até conseguir identificar a cratera deixada pela colisão.

 

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Diferentes telescópios em solo e até no espaço — entre eles, os telescópios James Webb e Hubble —, estiveram apontados para o sistema de asteroides antes e depois do impacto, para tentar identificar um aumento de brilho que indique que tudo correu bem.

 

Agora, a cratera deixada pela colisão da DART oferecerá informações importantes para o cientistas. Ao mapear a formação, eles podem aprimorar os modelos necessários para desenhar missões de defesa planetária no futuro. Além disso, a nova cratera poderá ajudá-los a entender melhor as propriedades da estrutura e interior de Dimorphos.


A DART viajou rumo a Didymos, um asteroide binário formado por dois objetos. O maior deles, Didymos, tem cerca de 780 m de diâmetro. Já Dimorphos, sua "lua", mede cerca de 160 m e orbita o maior a cada 11 horas e 55 minutos. Com o impacto, o período de rotação de Dimorphos deve ter sofrido uma alteração de cerca de 200 segundos.

 

O asteroide Didymos foi descoberto em 1966 por Joseph Montani, da Universidade do Arizona (EUA). Anos depois, sinais de radar emitidos em direção a Didymos pareceram indicar que ele estava acompanhado de outro objeto que o orbitava como uma lua. Já em 2003, imagens de radar obtidas pelo radiotelescópio Arecibo, em Porto Rico, confirmaram diretamente a existência de Dimorphos.

 

Na época, Montani escolheu o nome Didymos por significar "gêmeo" em grego. Já o asteroide menor foi apelidado "Didymoon", mas posteriormente recebeu o nome "Dimorphos", que signfica "ter duas formas", também em grego. A dupla foi escolhida para a missão por diferentes motivos.

 

Um deles é a relativa facilidade de observação da nossa perspectiva na Terra, já que os telescópios no planeta podem acompanhar as mudanças de brilho que ocorrem conforme Dimorphos orbita Didymos. Além disso, eles não são perigosos para nós e estão próximos (em termos astronômicos), ou seja, a DART chegaria a eles rapidamente.


Missão DART e a defesa planetária


Até o momento, os astrônomos não conhecem nenhum asteroide grande o suficiente que esteja a caminho de colidir com nosso planeta em um futuro próximo. Entretanto, há mais de 27 mil asteroides próximos da Terra já identificados, e enquanto segue em busca de possíveis rochas espaciais perigosas, a Nasa está também desenvolvendo técnicas para proteger a Terra no caso de alguma delas ser identificada em rota de colisão conosco.

 

É aí que entra a missão DART. Lançada em novembro de 2021, a missão foi desenhada para ser a primeira a experimentar o impacto cinético, uma técnica que consiste em alterar a órbita de um asteroide atingindo-o com um projétil — no caso de um asteroide perigoso, a colisão pode desviá-lo o suficiente para evitar que atinja nosso planeta, passando apenas "de raspão" pela Terra.

 

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Com a colisão em Dimorphos a cerca de 6 km/s, a DART fará com que ele orbite Didymos mais de perto do que antes, causando uma diferença de alguns minutos em seu período orbital. Além de testar a tecnologia necessária para atingir um pequeno alvo a altas velocidades, a missão DART serve também para mostrar o que acontece com os asteroides quando são atingidos por outros objetos. 

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