Nicaraguense Sheynnis Palacios venceu o concurso em meados de novembro; vice-presidente acusa oposição de se aproveitar da vitória
A polícia da Nicarágua acusou na sexta-feira a dona da franquia Miss Universo no país, seu marido e filho de “traição ao país”, “conspiração” e outros crimes. As acusações foram anunciadas duas semanas depois da nicaraguense Sheynnis Palacios ter vencido o concurso.
"Em 2018, os senhores Karen Celebertti, (seu marido) Martín Argüello Leiva e (seu filho) Bernardo Martín Argüello Celebertti, proprietários da franquia Miss Nicarágua [...], participaram ativamente nas redes e nas ruas, nas ações terroristas de a fracassada tentativa de golpe, orquestrada por agências internacionais e missões estrangeiras", afirmou a polícia num comunicado divulgado nos meios de comunicação oficiais.
Eles "permaneceram em comunicação com expoentes da traição ao país, preparando-se para utilizar as suas franquias, plataformas e espaços [...] numa conspiração que tem funcionado orquestrada para transformar as disputas em armadilhas e emboscadas políticas, financiadas por agentes estrangeiro", acrescenta o comunicado.
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“Tudo o que foi dito acima está nos registros telefônicos e tecnológicos encontrados em poder dos referidos personagens”, acrescentou a polícia.
Na quinta-feira, a polícia disse ter devolvido aos familiares da Miss Universo algumas malas com fantasias que, segundo meios de comunicação da oposição no exílio, foram levadas após a operação na casa de Celebertti na semana passada. A mídia afirmou que Argüello foi detido e mantido incomunicável, assim como seu filho, o que não foi confirmado pelo governo.
“As pessoas detidas e fugitivas devem cumprir penas conforme especificado pelas leis da Nicarágua”, disse a polícia sem dar detalhes.
Tanto o governo como a oposição no exílio elogiaram a vitória de Palacios. A vice-presidente Rosario Murillo, esposa do presidente Daniel Ortega, acusou a oposição poucos dias depois, no entanto, de "que procurar transformar um belo e merecido momento de orgulho e celebração em golpismo destrutivo".
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A vitória de Palacios levou a grandes celebrações dos nicaragüenses nas ruas, o que não acontecia desde que manifestações foram proibidas em 2018. Os protestos antigovernamentais daquele ano deixaram mais de 300 mortos após confrontos entre opositores e apoiadores pró-governo, segundo a ONU.
Fonte: O Globo