O apetite sexual excessivo não tem cura, mas tem tratamento
Um mal com diversos nomes. Impulso sexual excessivo, apetite sexual excessivo, compulsão sexual, adição sexual, dependência ao sexo e transtorno hipersexual são alguns dos exemplos. Ninfomania ou satiríase também são nomes conhecidos, mas não são mais usados pela psiquiatria.
Na prática, trata-se de um quadro no qual a pessoa, não importando sexo, identidade de gênero ou orientação sexual, apresenta desejo, estimulação e fantasias sexuais excessivos, resultando em comportamentos compulsivos por masturbação, uso de pornografia e múltiplos parceiros sexuais.
A dependência por sexo e afins tem características semelhantes às de qualquer outro vício. O que parece ser uma distração se intensifica e o indivíduo acaba experimentando práticas sexuais cada vez mais frequentes e intensas. Ao se reprimir, sintomas de abstinência, como estresse e mal-estar físico e mental, tornam-se constantes.
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A falta de controle absoluto se instaura quando o desespero de ter um orgasmo vira a coisa mais importante do mundo, independentemente de local, hora, situação ou parceiro para acontecer. No entanto, estudos revelam que o impulso sexual excessivo atinge mais os homens, apesar de surgirem cada vez mais casos em mulheres.
ALÍVIO INEFICAZ PARA OS PROBLEMAS
Segundo os especialistas, diversos fatores podem influenciar o aparecimento deste transtorno mental, como desequilíbrio de substâncias neurais, histórico de abuso sexual, de negligência, de violência, traumas de infância, e até dependência por álcool, drogas ou comida.
O sexo e as práticas relacionadas a ele podem ser concebidos como alívios para sentimentos de ansiedade e angústia, como meios momentâneos e ineficazes de se preencher um vazio existencial e até amortizar uma dependência.
Após a sensação de "alívio" vem a ressaca pós-sexo que é regada a culpa, nojo, vergonha e insatisfação. Muitas vezes, por estar no modo automático, o compulsivo não consegue atingir o orgasmo. Ele tem até condições físicas de obter e sentir prazer, mas, mesmo assim, não se sente saciado.
NÃO HÁ CURA, MAS É TRATÁVEL
Quem sofre desse transtorno, apesar de tentar se esforçar, não consegue controlar seus impulsos sexuais e, por causa deles, acaba gastando muito tempo na vida e perde a atenção de outras atividades de interesse. Por ser excessivo, leva a um sofrimento significativo, podendo colocar a saúde física em risco e prejudicar diversas áreas, como estudos, trabalho, relações sociais e familiares.
Se a pessoa for compromissada, não há cônjuge que consiga acompanhá-la na cama e, por isso, brigas, traições e crises no relacionamento podem se tornar constantes. O mais grave, porém, é quando, em função da fixação sexual, as ISTs deixam de ser uma preocupação e a própria vida é colocada em perigo. Dependendo também da ausência de suporte familiar ou social e da gravidade dos sintomas psiquiátricos, alguns indivíduos podem apresentar depressão e tentar suicídio.
Contudo, o impulso sexual excessivo é tratável. O diagnóstico de um psiquiatra é o primeiro passo para ver se a doença tem relação com outro transtorno. Então, a partir daí, é feito o direcionamento para o tratamento mais indicado.
Vale destacar que essa é uma condição que precisa de cuidados permanentes. Segundo ela, além da psicoterapia, a inclusão de remédios que inibam o desejo sexual e o apoio de grupos de autoajuda é fundamental para evitar recaídas.
Como há uma demora em procurar ajuda especializada, o quadro, em geral, é diagnosticado no final da adolescência ou início da vida adulta, sendo que no decorrer dos anos os sintomas aumentam progressivamente, como em outras dependências.
Foto: Reprodução
NINFOMANIA É UMA FORMA DE COMPULSÃO
São formas de compulsão sexual a ninfomania, associada a mulheres, e a satiríase, dos homens.
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Fonte: Uol