Equipe de ministros da nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss
A nova primeira-ministra britânica, Liz Truss divulgou nesta terça-feira (06) os membros de seu gabinete, com várias mudanças em relação ao governo de seu antecessor, Boris Johnson. Ao menos oito secretários deixaram o governo ou foram substituídos.
Trata-se do primeiro gabinete do governo britânico cujas posições mais importantes serão ocupadas por mulheres e negros.
Pela primeira vez na história, o Reino Unido terá uma vice-primeira-ministra mulher e um chanceler negro.
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Therese Coffey, atual vice-primeira-ministra do Reino Unido, deixando o gabinete de Liz Truss (Foto: Frank Augstein/AP)
A vice-primeira-ministra e secretária da Saúde será Therese Coffey, uma fiel aliada de Truss. Os secretários das Relações Exteriores, James Cleverley; das Finanças, Kwasi Kwarteng, e do Interior, Suella Braverman, são filhos de imigrantes.
Braverman será a segunda mulher de origem indiana a comandar o Ministério do Interior, ao suceder Priti Patel, que ocupou o cargo no governo de Johnson.
MEIO AMBIENTE NAS MÃOS DE CÉTICO DO CLIMA
A indicação mais controversa foi a do parlamentar conservador Jacob Rees-Mogg, conhecido pelo ceticismo quanto a necessidade de se combater o aquecimento global, para a Secretaria de Negócios, Energia e Estratégia Industrial.
Uma de suas principais atribuições será justamente lidar com a estratégia do governo para o clima, o que gerou temores imediatos quanto a um possível retrocesso na meta britânica de reduzir a zero as emissões de carbono até 2050.
Jacob Rees-Mogg, novo ministro de energia e estratégias industriais do Reino Unido (Foto: Alberto Pezzali/AP)
Em diversas ocasiões, Rees-Mogg deu voz ao negacionismo do clima, chegado, inclusive, a desvirtuar fatos científicos. Ele expressou no passado suas preocupações com o que chamou de "alarmismo climático" e disse que a humanidade deveria se adaptar ao invés de tentar mitigar as mudanças climáticas.
CONFLITO DE INTERESSES?
Rees-Mogg investe em petróleo e minas de carvão através de um fundo de investimentos que ele próprio ajudou a fundar, o Somerset Capital Management, do qual ainda se beneficia financeiramente.
O novo secretário afirmou anteriormente que os esforços para reduzir a zero as emissões de carbono seriam responsáveis por aumentos nos preços de energia.
Um de seus grandes desafios será criar políticas ambientais para os setores industrial e de energia, após vários governos conservadores lançarem estratégias que acabaram sendo abandonadas em pouco tempo.
Truss disse apoiar a estratégia de reduzir a zero as emissões, mas defendeu a remoção de algumas barreiras impostas pelo plano.
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A primeira-ministra chegou a defender – dentro de determinadas condições – a volta do chamado fracking, a controversa técnica de fraturamento hidráulico utilizada nas perfurações de poços de petróleo e gás, condenada por ambientalistas.
Fonte: G1