Novo míssil hipersônico é disparado pelos EUA em teste de defesa

Vários países investem bastante no aumento do seu poder bélico, seja para se proteger de uma possível ameaça ou para intimidar seus inimigos. Um deles é os EUA, que não muito tempo atrás, em dezembro, fizeram seu primeiro teste com míssil hipersônico. Contudo, nessa segunda-feira, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Defesa (DARPA) dos EUA anunciou que o país fez outro teste bem sucedido com o míssil Hypersonic Air-breathing Weapon Concept (HAWC), da Lockheed Martin.

Esse teste foi feito em conjunto do DARPA, da Força Aérea dos EUA, do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea (AFRL), da Lockheed Martin e da Aerojet Rocketdyne. Nele, o foguete foi alimentado por um sistema de jato da Aerojet Rocketdyne, e conseguiu atingir uma velocidade maior do que Mach 5 em uma distância de 560 quilômetros.

No teste desse mês, assim como nos outros já feitos, o veículo usado é composto por um propulsor de motor de foguete, uma mortalha protetora de planador e um veículo planador. Esse último tem uma ogiva de projétil. Esse míssil foi lançado de um bombardeiro B-52H Stratofortress.

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NOVO TESTE

Fotos: Reprodução

De acordo com a DARPA, depois que foi implantado, o propulsor disparou de forma automática e faz o planador chegar a velocidades supersônicas. Então, o motor de propulsão a jato pegou o controle e acelerou o planador. Com isso, ele conseguiu chegar a uma velocidade cinco vezes maior do que a velocidade do som e passou dos 18 mil metros de altitude.

Segundo a Lockheed, esse novo teste dobrou os dados que eles tinham a respeito do motor scramjet que é usado para alimentar o míssil. Esse motor é um das duas versões que a Força Aérea dos EUA está considerando para serem implantados nos mísseis. O outro motor ainda está em desenvolvimento e está sendo feito pela empresa Raytheon.

Com esses dados coletados no teste, o desempenho do veículo será melhorado antes que o próximo teste seja feito. E nesse outro teste, o míssil irá ser equipado com um ogiva viva.

“O programa HAWC criou uma geração de novos engenheiros e cientistas hipersônicos. O HAWC também trouxe uma riqueza de dados e progresso para a comunidade hipersônica que respira ar. As equipes da indústria levaram o desafio dos veículos movidos a scramjet a sério, e tivemos a coragem e a sorte de fazê-lo funcionar”, disse Andrew Knoedler, gerente do programa HAWC.

MÍSSIL HIPERSÔNICO

Como dito, esse não foi o primeiro teste que os EUA fizeram com um míssil desse tipo. O primeiro aconteceu depois de anos de desenvolvimento bem problemático e muitas dúvidas a respeito do comprometimento político com esse projeto. No entanto, o míssil hipersônico finamente foi testado de maneira completa pela primeira vez em dezembro do ano passado.

De acordo com a Força Aérea americana, o voo do chamado AGM-183A ARRW (Arma de Resposta Rápida Lançada do Ar, na sigla em inglês) foi bem sucedido. Com esse passo, os norte-americanos tentam ganhar um espaço nessa corrida de armas, já que está atrás da Rússia e da China, que também são seus adversários principais nesse ponto.

Quem fabricou o míssil foi a empresa Lockheed Martin, depois de ter ganhado um contrato de 480 milhões em 2018. Contudo, antes desse teste, o outro modelo tinha tido uma fase de ensaios marcada pelos fracassos.

Foi somente em maio de 2022 que um teste de voo bem-sucedido aconteceu. Nele se testou o primeiro estágio da arma. Ele é o “corpo” do míssil, que é um lançador de combustível sólido de alto desempenho e que consegue chegar a cinco vezes a velocidade do som.

Em julho aconteceu outro teste. E em dezembro o ARRW foi testado completamente. O míssil é um veículo planador hipersônico que tem capacidade para manobras. Ele é empurrado até uma velocidade de 20 vezes maior do que a do som, que é 24 mil quilômetros quadrados.

A maioria dos mísseis balísticos, que são o tipo que leva as armas nucleares, chega a grandes velocidades já perto de atingir seu alvo e segue uma trajetória previsível. Os novos mísseis hipersônicos têm a vantagem de poder serem manobrados.

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“Após a separação do ARRW da aeronave, ele atingiu velocidades hipersônicas superiores a cinco vezes a velocidade do som, completou sua trajetória de voo e detonou na área do alvo final. As indicações mostram que todos os objetivos foram alcançados”, relatou o comunicado.

Fonte: Fatos Desconhecidos