As reentradas estão ficando mais frequentes e só vai piorar. Vivemos cercados por um cemitério orbital
Em apenas cinco dias, duas reentradas que chamaram muito a atenção (fora os Starlinks que caem quase todo dia). É como se alguns daqueles sacos de lixo esquecidos na frente de casa repentinamente voltassem voando pela janela da sua sala. E aqui está o fato preocupante: essa não é só uma impressão. As reentradas realmente estão ficando mais frequentes e os números mostram que a situação só vai piorar. Vivemos cercados por um verdadeiro cemitério orbital, onde flutuam desde satélites aposentados até objetos bizarros como o Tesla Roadster de Elon Musk.
A ESA estima que existam mais de 45 mil objetos maiores que 10 cm sendo rastreados, mas o número real é assustador: milhões de fragmentos — alguns do tamanho de um grão de arroz — viajando a mais de 27 mil km/h. Nessa velocidade, até um parafuso solto pode perfurar um satélite como uma bala atravessa papel.Imagine que todos os dias de manhã você leve seu lixo do dia anterior para a calçada na frente de casa e deixe lá, mas o caminhão do lixo nunca passa para recolher.
Vai chegar um dia que você não vai nem conseguir sair de casa, não é? Pois é mais ou menos isso que estamos fazendo com nosso lixo espacial na órbita da Terra. Desde os anos 50 estamos depositando as sobras de nossas conquistas espaciais nas portas de nossa casa cósmica, e como nunca nos preocuparmos em recolher esse lixo, ele está acumulando e já começa a causar problemas.
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Na última quarta-feira, os céus do Brasil ofereceram um espetáculo memorável. Uma “bola de fogo” cruzou a escuridão, deixando para trás um rastro de luz e espanto, celulares apontados e milhares de olhos voltados para cima. O inesperado fenômeno foi causado pela reentrada do segundo estágio de um foguete Falcon 9, da SpaceX — um cilindro metálico que, depois de 11 anos em órbita da Terra, resolveu dar um último show pirotécnico sobre nossas cabeças.
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Mas o espetáculo que surpreendeu a todos aqui no Brasil deixou a desejar no tão aguardado retorno do módulo de descida da Kosmos 482, que no último sábado reentrou na atmosfera sobre o Oceano Índico, ofuscado pela luz do dia e encoberto por uma cortina de nuvens. A sonda construída para ir ao inferno de Vênus descansa em paz no fundo do mar.
Fonte: Olhar Digital