05 de Maio de 2024 - Ano 10
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Mulher
10/01/2024

O peso da perda: o impacto do aborto na saúde mental das mulheres

Foto: Reprodução

De acordo com a psicóloga Ana Cláudia Brandão, que trabalha com esse tipo de situação, há um conjunto bem definido de sintomas psicológicos que caracterizam as sequelas associadas ao período pós-aborto

Não é possível fazer generalizações. Cada mulher vivencia e guarda a experiência do aborto de uma maneira única. Mas muitas podem experimentar sequelas psicológicas e emocionais. Simplesmente negados por alguns, especialmente pelos defensores da legalização indiscriminada do aborto, esses problemas continuam a ser um tema pouco mencionado nas discussões sobre o aborto. Entretanto, são uma realidade.

 

De acordo com a psicóloga Ana Cláudia Brandão, que trabalha com esse tipo de situação, há um conjunto bem definido de sintomas psicológicos que caracterizam as sequelas associadas ao período pós-aborto. Os mais frequentes são danos à autoestima da mulher, alteração de sono e do apetite, pesadelos, desequilíbrio familiar, perda de sentido da vida e até tentativas de suicídio, de acordo com a especialista.

 

“A verdade é que constatamos que a mulher é a segunda vítima do aborto. Elas sofrem os efeitos nocivos dessa prática tanto na sua saúde mental quanto no seu relacionamento com o meio”, ressalta a psicóloga.Pesquisas científicas também relacionam o aborto a um maior risco de doenças mentais.

 

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Um artigo publicado no British Journal of Psychiatry em 2011, por exemplo, revisou 22 estudos sobre os efeitos do aborto na saúde mental feminina. A conclusão foi a de que o risco de doenças mentais é 81% maior em mulheres que fizeram um aborto. A revisão também destacou que mulheres que abortam têm 34% mais chance de sofrerem ansiedade, 37% mais de depressão, 110% de risco de se tornarem alcoólatras e 115% mais risco de tentarem suicídio.

 

Outros estudos também relacionam o aborto a problemas na saúde mental. Segundo esses trabalhos, mulheres que abortam têm 250% mais risco de serem hospitalizadas por questões psiquiátricas; 138% mais chance de desenvolver quadros depressivos e incidência de 60% mais casos de estresse pós-traumático ( TSPT).

 

 

Um estudo feito por pesquisadores do Imperial College London e publicado no ano passado no American Journal of Obstetrics & Gynecology também associou o aborto ao transtorno de estresse pós-traumático (TSPT). Bastante comum em pessoas que vivenciam uma situação extrema, como guerras, violências graves e acidentes, o TSPT se caracteriza pela dificuldade que a pessoa tem de recuperar e retomar a vida normal após determinado evento.

 

Pode durar anos, tendo como sintomas mais comuns a ocorrência de pesadelos, lembranças (flashbacks), ansiedade, depressão e instabilidade de humor. Segundo o estudo, após um aborto, as mulheres apresentam altos níveis de estresse pós-traumático, ansiedade e depressão. A angústia diminui com o tempo, mas pode continuar acompanhando a mulher por muito tempo. Após 9 meses do aborto, pelo menos 16% das mulheres pesquisadas mantinha sintomas de estresse pós-traumático, 17% de ansiedade e 5% de depressão.

 

No Brasil, um estudo feito pela pesquisadora da área de Saúde Mariana Gondim Mariutti para sua tese de doutorado mostrou que mais da metade das mulheres que passa por um aborto desenvolve algum grau de depressão e baixa autoestima. A pesquisadora entrevistou 120 mulheres que buscaram atendimento médico em um hospital público por abortamento. Do total de mulheres entrevistadas, 68 apresentaram sinais de depressão, e 119 com autoestima de nível médio ou baixo. Entre as entrevistadas, apenas 2% admitiu ter provocado o aborto. Entretanto, diz a pesquisadora, pelos menos 23% das mulheres deram relatos que indicaram terem feito o aborto provocado.

 

CULPA

 

Fotos: Reprodução

 

Seja natural ou provocado, o aborto pode, sim, afetar diretamente a saúde mental das mulheres. Mas especialistas apontam haver diferenças entre as duas situações. Para a psicóloga Vivian Maria Felice Moreno, a diferença está no desejo ou não de ter um filho. Ela explica que a interrupção da gestação de forma espontânea causa a dor da perda e sua tristeza pelo luto, mas há a superação e o seguir em frente em paz - já que aconteceu de forma natural ou acidental. Já no caso do aborto provocado, pode ser mais difícil para a mulher encontrar a paz interior.

 

Para a psicóloga, quando descobrem uma gravidez não planejada, muitas mulheres entram em desespero, pensando que a única saída é fazer um aborto. “Isso não é verdade. É importante salientar que há possibilidades que irão favorecer a mulher e preservar também a criança”, salienta Vivian.

 

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Para isso, ressalta a psicóloga, é importante buscar o apoio familiar e também ajuda profissional para evitar decisões precipitadas. Ela cita como exemplo a possibilidade de a mulher optar pela entrega da criança para a adoção após o nascimento. “É um gesto nobre e que dá a oportunidade de seu bebê ser adotado por uma família que tem o desejo de ter um filho”, destaca. 

 

Fonte: Gazeta do Povo

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