* Por Lúcio Carril - Lênin, em um dos seus muitos escritos antes de 2017, ampliou a definição de fura-greve para enquadrar aquele ou aquela que estando na mesma frente da luta revolucionária se opõe à ofensiva popular através da mobilização, seja uma greve, uma passeata, um ato público.
O fura-greve é um trânsfuga ativo. Ele não se contenta em não participar. Ele joga contra o movimento, faz campanha contra e procura desqualificar as ações de enfrentamento.
Ontem, 29 de maio, fomos às ruas reivindicar vacina, auxílio emergencial de 600 reais, contra os cortes na educação.
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Imaginem quem estava nas redes sociais, na mídia, nos grupos informais condenando o movimento popular? Ele, o FURA-GREVE.
Há duas abordagens a fazer para mostrar que estamos certos em ir às ruas.
Primeiro, o movimento social tem suas leis, assim como o movimento da natureza. São princípios que regem a existência do movimento. Quem está deste lado não pode ser contra a mobilização popular: greves, passeatas, carreatas, atos públicos, todo tipo de protesto de massa que almeje os objetivos da luta. Quem se posiciona contra esses mecanismos de pressão está jogando a favor da opressão e da manutenção do estado de coisa.
Segundo, já somos mais de 460 mil mortos por Covid, vitimados pelo descaso do governo federal e por evidentes ações de genocídio. Nós ficamos em casa ou no nosso trabalho e morremos assim mesmo. Não foram nos protestos de rua que nos infectamos e morremos. Não foram porque não houve.
Dizer que ir às ruas pedir vacina e comida está errado é ser um fura-greve, um indivíduo que joga contra a mobilização popular em favor da vida, numa situação de mortes em massa por um vírus ajudado por um governo genocida.
Quero destacar e manifestar meu apreço e carinho pelos companheiros e companheiras que não foram às manifestações porque se sentiram inseguras com a exposição e preferiram apoiar com gestos de estímulo e pelas redes sociais. Estamos juntos.
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**Lúcio Carril é sociólogo, ex-secretário executivo da Secretaria de Política Fundiária do Estado do Amazonas, ex-delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.