19 de Maio de 2024 - Ano 10
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Internacional
10/04/2024

Oposição vence eleições legislativas na Coreia do Sul, mas não consegue maioria absoluta na Assembleia

Foto: Chung Sung-Jun

Líderes do Partido Democrático, vencedor das eleições na Coreia do Sul, comemoram após anúncio das pesquisas de boca de urna

De acordo com as projeções da imprensa, que estão sendo confirmadas pelos resultados preliminares, o bloco de oposição deve conquistar até 197 assentos na Assembleia unicameral, que tem 300 assentos. Para que fosse obtida uma "supermaioria", que daria poderes para derrubar vetos presidenciais, fazer emendas à Constituição e abrir um processo de impeachment, seriam necessárias 200 cadeiras. Pelo sistema de votação sul-coreano, 254 assentos eram definidos em votação direta, enquanto os demais 46 distribuídos proporcionalmente aos partidos, de acordo com a votação total.

 

A bancada será liderado pelo Partido Democrático (centrista), que tem à frente o candidato derrotado à Presidência em 2022, Lee Jae-myung, e contará com o apoio do Partido da Nova Reforma (reformista), comandado pelo controverso (e condenado por vários processos) ex-ministro da Justiça Cho Kuk, que esteve no cargo por apenas um mês no governo de Moon Jae-in.

 

— O povo venceu — disse Cho, citado pela Yonhap. — O povo fez sua escolha clara de que esse é um veredito dado ao governo de Yoon Suk-yeol.

 

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Entre os governistas, o clima após os primeiros resultados foi de desolação: o Partido do Poder Popular (conservador), de Yoon, e as siglas aliadas devem chegar no máximo a 103 cadeiras.

 

— É muito chocante que esses resultados tenham sido obtidos apesar dos melhores esforços de cada candidato regional, incluindo o presidente Han [Dong-hoon, líder interino da sigla] — afirmou à rede JTBC o dirigente partidário Hong Seok-jun. Han e outros nomes de comando da sigla não deram declarações após a confirmação da derrota.

 

De acordo com as autoridades eleitorais, 67% dos sul-coreanos aptos foram às urnas, o maior número registrado em uma votação para o Legislativo, embora um pouco abaixo dos 77.08% da eleição presidencial de 2022, quando Yoon foi eleito. E como na votação de dois anos atrás, a campanha foi marcada pela polarização política — apesar do presidente não ter entregue várias de suas promessas, como a redução da inflação ou mesmo ações para impulsionar as baixas taxas de natalidade da Coreia do Sul, o lado partidário parece ter pesado mais na hora do voto.

 

— Nunca vi uma eleição assim: nenhuma promessa de campanha se tornou tema eleitoral, com a exceção das forças de lados opostos lutando para vencer a todo custo — disse ao New York Times Heo Jinjae, analista na consultoria Gallup Korea.

 

Kim Hyung-joon, professor na Universidade Pai Chai, afirmou à Reuters que a própria figura de Yoon pode ser afastado pessoas que votaram nele há dois anos. Conhecido como "rei das gafes" mesmo antes de chegar à Presidência, ele não perdeu esse hábito após a posse.

 

Em março, durante uma visita a um mercado, deixou claro que não sabia quanto custava um maço de cebolinha, um item básico na culinária sul-coreana. A oposição usou o caso à exaustão, dizendo que isso comprovava a "desconexão" de Yoon com a população. A isso se soma a notória dificuldade de comunicação do presidente, mesmo na hora de anunciar boas notícias de seu governo.

 

— As questões de subsistência estão em jogo em primeiro lugar, mas a sua atitude unilateral de tomada de decisão complicou a implementação suave de qualquer política, e isso parece ter saído pela culatra — disse Kim Hyung-joon à Reuters.

 

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Contudo, o status de "pato manco" deve ser visto majoritariamente no campo interno. Na política externa, analistas não esperam grandes mudanças, em especial na aproximação em curso com Japão e EUA, nas políticas de segurança regional envolvendo a China e na abordagem à Coreia do Norte, que tem acirrado seu discurso bélico e que em janeiro "abandonou" os planos para uma hipotética reunificação com o Sul.

 

Fonte: O Globo

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