14 de Maio de 2024 - Ano 10
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27/03/2024

Os lugares onde cientistas procuram vida extraterrestre na próxima década

Foto: Reprodução

O robô Perseverance, da Nasa, está coletando amostras da cratera Jezero, em Marte. O plano é enviar essas amostras para serem estudadas na Terra

É muito fácil se entusiasmar quando o assunto é a vida alienígena.A perspectiva de encontrar vida em outros planetas formou grande parte da nossa cultura e continua inspirando livros, programas de TV, filmes e, claro, estranhas teorias da conspiração. Mas, ao lado das fantásticas visões de homenzinhos verdes, existe uma busca real por vida alienígena acontecendo neste momento – e não se trata de ideias controversas, nem de algum tipo de pseudociência. É um processo sistemático conduzido por cientistas, que esperam obter resultados em até uma década.

 

Na verdade, existem diversas buscas por vida alienígena em andamento. Em Marte, por exemplo, um robô móvel – o Perseverance – está coletando amostras que podem determinar se já existiu vida no planeta vermelho. E, claro, nossos olhos e ouvidos cépticos continuam atentos aos sinais de qualquer civilização inteligente que venha a fazer contato, seja de propósito ou acidentalmente.

 

"Acho que, daqui a 10 anos, teremos alguma evidência indicando se existe algo de orgânico em algum planeta próximo", afirma o astrônomo real britânico Lorde Martin Rees. "Acho que estamos realmente [a ponto de encontrar algo]."A vida alienígena, se existir, não se deixa descobrir facilmente.As primeiras tentativas de busca de inteligência extraterrestre começaram em meados do século 20, com os astrônomos do Projeto Seti procurando sinais de rádio de outros planetas, sem sucesso.

 

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No final do século 19, acreditava-se que Marte tivesse rios e canais cheios de vida. Mas o planeta se mostrou uma terra estéril e basicamente seca. E os planetas em órbita de outras estrelas são tão pequenos que encontrá-los já era difícil, que dirá aprender muito sobre eles. Na busca por vida extraterrestre, precisamos fazer a sintonia fina da nossa forma de busca e nos preparar para a possibilidade de que qualquer detecção inicial talvez seja algo pequeno, como evidências de micróbios ou marcadores químicos em uma atmosfera distante.

 

Em comparação com a visão hollywoodiana, os primeiros contatos com a vida extraterrestre podem parecer decepcionantes, mas eventuais evidências conclusivas da existência de vida além das fronteiras do nosso planeta, ainda assim, alterariam fundamentalmente a visão do nosso lugar no Universo.

 

Atualmente, Marte é, sem dúvida, o destino mais popular da busca pela vida no nosso Sistema Solar. Afinal, sabemos que o planeta provavelmente era úmido e possivelmente habitável bilhões de anos atrás, com mares e lagos na sua superfície.

 

Marte

 

Os cientistas chegaram a descobrir recentemente indicações fascinantes de que ainda pode haver água em Marte no estado líquido, escondida embaixo da camada de gelo no sul do planeta.Neste momento, o robô andarilho Perseverance, da Nasa, está retirando amostras do leito seco do que se acredita ter sido, um dia, um lago. É a chamada cratera Jezero, a pouca distância do equador marciano, no hemisfério norte.O plano é recolher dezenas de amostras e trazê-las para a Terra no início dos anos 2030, em uma missão chamada Retorno de Amostras de Marte. Elas poderão ser então minuciosamente analisadas, em busca de sinais de vida.

 

Essa missão atualmente enfrenta dificuldades, já que o retorno ainda precisa obter financiamento. Mas, se as amostras conseguirem deixar o planeta vermelho, teremos em mão uma grande riqueza científica.A cientista planetária Susanne Schwenzer, da Universidade Aberta do Reino Unido e membro da equipe científica do projeto Retorno de Amostras de Marte, afirma que a presença de vida em Marte no passado pode ter deixado sua impressão digital nas rochas e na água do planeta."Quando você tem vida, tudo parece muito diferente", segundo ela. "Se tivermos as amostras de Marte, poderemos analisar seus mínimos detalhes para estudar esses processos."

 

Espaço

 Fotos: Reprodução

 

É possível que algumas das amostras possam conter até mesmo micróbios fossilizados no interior das rochas."Como cientista, eu não teria gasto minha vida com isso se não tivesse esperança de que temos uma boa chance de encontrar alguma coisa", explica Schwenzer. "Espero que encontremos algo, mas não posso fazer previsões."Mesmo se forem detectados sinais de vida em Marte, esta não seria uma prova inequívoca de que existe vida alienígena em toda parte do Universo.

 

Sabemos que Marte e a Terra compartilharam material no início da sua história. Isso significa que os dois planetas podem também ter compartilhado a gênese da vida.Para encontrar evidências de uma segunda gênese real, ou seja, uma prova de que a vida surgiu por uma segunda vez em outro mundo, de forma independente, os cientistas estão pesquisando as luas geladas do Sistema Solar, como os satélites Europa (Júpiter) e Encélado (Saturno). Eles acreditam que ambas possuem vastos oceanos por baixo das suas superfícies congeladas."Se descobrirmos vida nas luas geladas, certamente será uma gênese diferente da vida na Terra", explica Schwenzer.

 

A Nasa deve lançar uma espaçonave chamada Europa Clipper em direção a Europa, no mês de outubro. Ela segue o lançamento da espaçonave europeia Juice, ocorrido em abril de 2023.Programadas para chegar em 2030 e 2031, as duas espaçonaves provavelmente não irão detectar vida em Europa. Mas irão estudar a extensão do seu oceano e definir o cenário de uma missão futura, que poderá tentar escavar a camada de gelo (como propõe a Nasa no projeto Europa Lander, ainda em fase inicial), ou voar através de plumas que podem ser ejetadas pelos oceanos das luas para o espaço, em busca de sinais de vida.

 

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Colocar uma máquina no oceano de um desses mundos, na verdade, é um "problema de 100 anos", afirma a astrônoma Britney Schmidt, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. Isso se deve às dificuldades de atravessar o gelo com vários quilômetros de espessura.Mas "adentrar na camada de gelo e interagir com os líquidos é algo que poderíamos fazer" em prazo mais curto, segundo ela."É o tipo de missão que eu gostaria de ver acontecer. Nosso grupo está desenvolvendo instrumentos e tecnologias, de forma que já sabemos o que fazer quando chegarmos lá", ela conta. 

 

Fonte: Folha

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