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Pesadelos: descubra os mais comuns pelo mundo e os significados. Spoiler: no Brasil é queda de dente
Foto: Freepik

Levantamento revela os pesadelos mais comuns

Os sonhos fazem parte de todas as nossas noites ao longo da vida. No entanto, para a maioria das pessoas, eles são experiências indecifráveis. Até hoje, continuam sendo objeto de estudo relevante para o campo científico, cujo significado e compreensão ainda são nebulosos.

 

Se não há nenhum distúrbio do sono, uma pessoa sonha entre 1h30 e 2h todas as noites, ainda que não lembre. Não é tudo de uma vez, mas parcelado entre quatro a seis vezes durante a noite, principalmente quando ocorre o sono REM (também conhecida como a fase em que os olhos mexem).

 

Para reunir informações sobre os sonhos mais frequentes em cada país, a empresa britânica Morning Life investigou qual idioma era predominantemente falado em cada país observado e, em conjunto com outras plataformas tecnológicas, analisou as pesquisas do Google que tinham padrões comuns em relação aos sonhos, dependendo da área geográfica.

 

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PESADELOS DE CADA REGIÃO:

 

Nos países da Europa Oriental, Ásia e África, por exemplo, os sonhos estão relacionados a serpentes;
O sonho mais comum no Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália é a queda dos dentes;
O pesadelo mais pesquisado na Argentina está relacionado à aparição de aranhas;

 

Por fim, o sonho mais comum na Suíça, Itália, Oriente Médio e Bolívia está relacionado ao nascimento de um filho.

 

E QUAL É O SIGNIFICADO DESSES SONHOS?

 

Sobre o pesadelo de perder um dente, a consultoria explicou que são feitas 41 mil buscas mensais no Google no Reino Unido e 81 mil buscas mensais nos EUA.

 

“Os sonhos em que os dentes caem podem ter uma variedade de significados ocultos. Alguns acreditam que isso simboliza a perda de algo, como um emprego ou um relacionamento, e que a perda provavelmente foi traumática”, explicou a empresa.

 

Há quem acredite que sonhar com a perda dos dentes possa significar um medo de perder o controle. Um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology revelou que estudantes universitários que experimentavam sonhos com essa temática tinham mais chances de se sentirem fora de controle de suas próprias vidas.

 

Quanto às serpentes e aranhas, é explicado que, por serem seres normalmente associados a reações negativas e medo, os mesmos efeitos podem ser representados em um sonho. Em várias obras psicanalíticas de interpretação dos sonhos, considera-se que as aranhas simbolizam em parte os medos e a perda de controle.

 

Independentemente da cultura à qual pertencem, as pessoas entrevistadas pelos psicólogos tendem a acreditar que os sonhos contêm “verdades ocultas” e, portanto, “fornecem mais informações significativas sobre o mundo do que pensamentos semelhantes durante a vigília”.

 

SIGNIFICADOS PARA PSICANÁLISE E PARA PSICOLOGICA

 

Foi Sigmund Freud, chamado de “pai da psicanálise”, quem deu origem, em 1899, ao estudo do mundo dos sonhos com a publicação do livro “A Interpretação dos Sonhos”. Segundo ele, o conteúdo dos sonhos é a representação de desejos latentes de um indivíduo. Esses desejos expressam elementos que a mente consciente não pode aceitar e, portanto, o fazem através de representações simbólicas.

 

A teoria de Freud defende que as experiências da infância são fundamentais para o desenvolvimento posterior do psiquismo humano e que o que for vivido nessa fase, especialmente os desejos reprimidos e as situações traumáticas, vai desempenhar um papel significativo nos sonhos que se manifestam na idade adulta.

 

Carl Jung, que fundou a psicologia analítica, defendia que “os sonhos são mensagens enviadas pelo inconsciente” e, como tal, podem ajudar-nos a compreender a nossa psique interior.

 

Na Grécia Antiga ou no Império Romano, acreditava-se que os sonhos são presságios ou previsões de eventos futuros. Entretanto, pesquisas já mostraram é que sonhos não têm efeito premonitório.

 

No livro “When dreaming is believing: The (motivated) interpretation of dreams” (Quando sonhar é acreditar: a interpretação dos sonhos, em tradução livre), os psicólogos Carey Morewedge e Michael Norton afirmam que os sonhos têm sim um significado prático na vida real e que este se baseia em ajudar a dar sentido à história pessoal de alguém e ao mundo.

 

“Pode-se dizer, num sentido muito amplo, que sonhar com coisas específicas significa que essas coisas estão relacionadas com as suas preocupações de vigília — sejam elas conscientes, semiconscientes ou inconscientes”, defende David Billington, psicoterapeuta e diretor do Instituto de Pesquisa do Sonho (Dream Research Institute), no Reino Unido, ao IFLScience.

 

“Mas o que uma experiência ou imagem onírica significa para uma pessoa específica é altamente subjetivo, assim como o que fazemos com as experiências de vigília é altamente subjetivo: um momento de conflito com um estranho pode ser altamente perturbador para um bibliotecário, mas faz parte do dia a dia de um porteiro de boate”, completa.

 

O pesquisador britânico diz ainda que existem teses como a Teoria da Simulação de Ameaças, que defendem um uso evolutivo para os sonhos, nos permitindo ensaiar respostas a situações ameaçadoras (sejam elas físicas ou sociais) sem realmente nos colocarmos em risco.

 

SIGNIFICADO PODE SER DIFERENTE PARA CADA UM

 

A psicóloga Sol Buscio concorda que o significado dos sonhos não pode ser generalizado porque tem uma forte carga simbólica na qual o inconsciente pessoal se manifesta.

 

— Não é possível fazer uma interpretação global sem conhecer a história, contexto ou situação atual de um paciente. Em si, todos queremos entender por que sonhamos o que sonhamos, mas é essencial saber que isso só pode ser desdobrado junto a um profissional especializado e em um ambiente terapêutico, onde elementos e associações da história de vida de cada um são ressignificados — explica Buscio.

 

Mas, para isso, é preciso lembrar do sonho, uma tarefa difícil para muita gente. As chances de recordar o que sonhou são maiores se você acordar no meio ou logo depois dele. E anote (talvez seu cérebro não considere útil armazenar essas informações).

 

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Monica Andersen, diretora do Instituto do Sono e professora do departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), reforça que os pesadelos, especificamente, não são uma categoria à parte no universo dos sonhos, apenas um “de que você não gosta. Nada mais é que um sonho com um conteúdo que para você não é agradável”.

 

Fonte: O Globo

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