Polícia busca arma usada nas mortes de Marielle e Anderson
Mergulhadores da Polícia Civil inspecionaram 27 cisternas e a rede de esgoto de um condomínio no Anil, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta quarta-feira, para buscar a arma usada nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No entanto, ela não foi localizada. O residencial foi construído pela milícia.
A ação foi realizada pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
A operação visava a cumprir um mandado de busca e apreensão no local para checar informações da possível localização da arma do crime. Os agentes apreenderam munição, carregador de pistola e um carro de luxo para verificação. Foi instaurado um procedimento para apurar a propriedade do material e o carro será periciado.
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O condomínio onde a Polícia Civil esteve nesta manhã foi construído pela milícia. O local fica na Rua Araticu, uma das principais via do Anil, e foi erguido em uma aréa que deveria ser de mata da Floresta da Tijuca. Imponente, o residencial tem pórtico de entrada, guarita, dezenas de casa, apartamentos de até 10 andares e um supermercado — que segundo moradores foi construído em cima de um rio, o que seria o motivo dos constantes alagamentos.
O loteamento — que é irregular — já foi embargado pela Prefeitura do Rio em 2014. Entretanto, mesmo com a proibição de construção de residências, milicianos levantaram casas e prédios que foram construídos sem empreiteira.
Segundo moradores do condomínio, a venda dos apartamentos é feita diretamente com os paramilitares. Nenhuma das residências possui Registro Geral de Imóveis (RGI), o que é obrigatório em toda transação de compra e venda de imóvel.
Em abril do ano passado, a Secretaria municipal de Habitação recomentou que algumas residências irregulares fossem demolidas.
O condomínio fica a cerca de 6 km da Muzema, onde dois prédios irregulares desabaram em março, matando 24 pessoas.
Atualmente, há investigações no Ministério Público do Estado que apuram e tentam identificar todos os milicianos envolvidos na expansão imobiliária irregular da região. Segundo o órgão, os grupos que atuam no Anil, na Muzema e em Rio das Pedras estão conectados.
Marinha ajudou em outra busca
Em julho de 2019, a Marinha chegou a ajudar a Polícia Civil em buscas no mar pela arma do crime. Um sonar foi usado e detectou objetos no mar próximo às Ilhas Tijucas, na Barra da Tijuca. Segundo o equipamento, os alvos tem tamanhos aproximados de 50 centímetros a dois metros, e estão em uma profundidade de 15 a 30 metros.
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Mergulhadores fizeram buscas no entorno onde um amigo do principal acusado da morte de vereadora e do motorista, o PM reformado Ronnie Lessa, teria jogado caixas com fuzis e outras armas, de acordo com o depoimento de uma testemunha. Os investigadores tentam identificar se entre os objetos que teriam sido jogados no mar está a arma utilizada no crime, uma submetralhadora MP5.
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