Ex-capitão do Bope, miliciano tentou ficar
Acusado de chefiar o grupo de matadores conhecido como Escritório do Crime — investigado por suspeita de envolvimento nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes —, o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega passou quase um ano foragido, antes de ser morto em confronto com a polícia neste domingo.
Uma das estratégias usadas para se esconder era a troca constante de celulares e chips de telefonia. Com ele, foram encontrados 13 celulares e sete chips de diferentes operadoras de telefonia. Agora, todo esse material será encaminhado para perícia pela Polícia Civil do Rio.
Segundo o detetive particular Eloy Lacerda, o primeiro passo será identificar quais números foram utilizados por Nóbrega, tanto pelos chips como pelos aparelhos, para que a quebra dos sigilos seja requisitada à Justiça. Com uma ordem judicial em mãos, as operadoras terão que identificar quais telefones foram contatados por esses números. Na sequência, os celulares serão periciados, para a coleta de informações como mensagens trocadas, contatos, chamadas, fotos e dados de geolocalização.
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Aparentemente, Nóbrega fazia uso de redes Wi-Fi para se comunicar, para não deixar registros telefônicos em operadoras e evitar que conversas sejam interceptadas. De fato, isso dificulta as investigações.
Por isso, a Polícia Civil do Rio tem poucas conversas do ex-policial gravadas. De posse dos aparelhos, não será possível recuperar o conteúdo de chamadas realizadas pela internet, com aplicativos como WhatsApp e Telegram, mas todas as mensagens, áudios, vídeos, fotos e arquivos trocados estarão ao alcance dos investigadores.
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— A criptografia de ponta a ponta protege a comunicação de terceiros, mas nos smartphones usados na comunicação as informações não são protegidas — explica Lacerda. — Até as mensagens apagadas podem ser recuperadas, existe equipamento para isso. O celular é um computador, que armazena muitas informações.
DCM