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05/02/2020

Polícia encontra identidade falsa usada pelo ex-capitão Adriano da Nóbrega em mansão na Bahia

Foto: Reprodução

Polícia encontra identidade falsa usada pelo ex-capitão Adriano da Nóbrega em mansão na Bahia

Agentes acreditam que foragido, apontado como chefe de milícia de Rio das Pedras e Muzema, deixou documento durante a fuga de condomínio de luxo na Bahia, na última sexta-feira.

 

Foragido da Justiça há um ano, o ex-capitão do Bope Adriano Mendonça da Nóbrega mudou de visual e até de nome.

 

Denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual como um dos chefes da milícia de Rio das Pedras e da Muzema, ele deixou a barba crescer e passou a usar uma carteira de identidade falsa. O documento foi encontrado na semana passada, quando investigadores tentaram prendê-lo na Costa do Sauípe, na Bahia.

 

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Adriano alugou uma mansão em um condomínio de luxo do balneário para festejar seu aniversário, no último dia 14. No último sábado, policiais civis do Rio e da Bahia descobriram o endereço, mas, ao perceber a chegada dos agentes, segundo a polícia, ele fugiu. Na pressa, deixou uma carteira de identidade com o nome de Marco Antonio Linos Negreiros. Na foto, o ex-PM aparece de barba.

 

O documento falso tem alguns dados verdadeiros, como a data de nascimento de Adriano. Além disso, ele preservou o primeiro nome da mãe, Raimunda, e do pai, José, alterando apenas o sobrenome de ambos. A identidade teria sido emitida em 9 de junho de 2016 pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará. O ex-capitão do Bope, que é carioca, aparece como natural do estado.

 

Rede de proteção

 

Investigadores não têm dúvidas de que Adriano mantém uma rede de proteção para conseguir se manter em liberdade. De acordo com policiais, ele escapou com o apoio de seguranças, deixando na mansão sua mulher e as duas filhas. A assinatura no documento apreendido passará por um exame grafotécnico. Há a suspeita de que a carteira foi realmente emitida pela órgão de segurança cearense a partir de uma certidão de nascimento falsa.

 

Segundo promotores do Gaeco, em vez de se hospedar em um resort da Costa do Sauípe, Adriano preferiu uma mansão dentro de um condomínio porque, além de ser um local mais discreto, o imóvel poderia abrigar seus seguranças. A luxuosa residência, com piscina, foi alugada por um mês, ao custo de mil reais por dia.

 

Policiais disseram que, em conversas com moradores e comerciantes da Bahia, o ex-capitão do Bope afirmava ser pecuarista e empresário. Para o Gaeco, ele integra o comando da milícia de Rio das Pedras e da Muzema e também chefia um grupo de matadores de aluguel.

 

Adriano chegou a prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital sobre a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Na ocasião, afirmou que estava dormindo na hora do crime, praticado na noite de 14 de março de 2018.

 

Adriano é o único dos alvos da Operação Os Intocáveis, desencadeada em janeiro de 2019 pelo Gaeco e pela Polícia Civil, que continua foragido. Doze pessoas foram presas sob a acusação de envolvimento com a milícia.

 

A organização criminosa pratica extorsões e realiza transações imobiliárias ilegais. Foi na Muzema que, em abril do ano passado, 24 pessoas morreram no desabamento de dois prédios construídos irregularmente.

 

O advogado de Adriano, Paulo Emílio Catta Preta, disse que está apurando com Júlia Motta, mulher de seu cliente, se houve abuso de autoridade por parte dos policiais que realizaram as buscas na Costa do Sauípe.

 

Ele contou ter recebido a informação de que os agentes invadiram a mansão com fuzis, constrangendo mãe e filhas. A ação contou com o apoio de um helicóptero, mas o ex-PM sumiu de vista ao entrar numa mata.

 

Segundo investigações do Ministério Público do Rio, Adriano é amigo do ex-PM Fabrício Queiroz, que foi funcionário do gabinete de Flávio Bolsonaro na época em que o senador era deputado estadual.

 

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Queiroz e Flávio são investigados sobre um suposto esquema de desvio de dinheiro público, no qual assessores teriam repassado parte de seus salários para o chefe. A ex-mulher e a mãe de Adriano trabalharam no gabinete de Flávio.

 

O Globo

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