Viaturas caracterizadas e descaracterizadas chegaram às 6h na sede do governo para cumprir mandados de busca e apreensão
A Polícia Federal juntamente com a Controladoria Geral da União e Ministério Público Federal realiza na manhã desta quinta-feira, 8, a “Operação Sangria 2”, que é o desdobramento da Operação “Sangria 1”, para cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e 9 mandados de busca e apreensão contra pessoas acusadas de desvio de verbas públicas da área de Saúde no Amazonas durante a pandemia do Civid-19.
As investigações apontam que a organização criminosa desviou mais de R$ 2,4 milhões no processo fraudulento para comprar de respiradores superfaturados.
O vice-governador Carlos Almeida, a ex-scretária de Comunicação do Estado, Daniela Assayag, o marido dela, médico Luiz Carlos Avlino Junior e o ex-secretário de Saúde do Amazonas, Rodrigo Tobias, são os principais alvos da operação “Sangria 2” da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira.
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Segundo a PF a Operação Sangria 2 inaugurando a fase ostensiva de inquérito policial, por meio do qual são investigados fatos relacionados a possíveis práticas de crimes, como pertencimento a organização criminosa, corrupção, fraude a licitação e desvio de recursos públicos federais.
A ação de hoje visa cumprir mandados judiciais expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sendo 20 mandados de busca e apreensão e 8 de prisão temporária, e conta com a cooperação do Ministério Público Federal (MPF), da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal do Brasil (RFB).
No inquérito, constam provas e indícios, revelando o desvio de recursos públicos federais, os quais eram destinados ao sistema hospitalar estadual, em razão da emergência de saúde pública provocada pelo novo coronavírus. O desvio das verbas federais mencionadas ocorreu mediante fraude na contratação de empresa para fornecimento de respiradores.
Gabinete do vice-governador Carlos Almeida é o principal alvo
da busca e apreensão na sede do Governo (Foto: Divulgação)
Evidenciou-se o direcionamento da compra para empresa, cuja atividade era/é a comercialização de vinhos. Os ventiladores mecânicos hospitalares entregues ao Estado do Amazonas, pela referida empresa, não possuíam as especificidades técnicas necessárias para a adequada utilização no tratamento médico. Ademais, foi detectado o superfaturamento do preço do equipamento
Laudo pericial produzido pela PF constatou que, se considerado o valor máximo de mercado dos equipamentos, o sobrepreço praticado em cada unidade dos ventiladores mecânicos adquiridos corresponderia a mais de R$ 60 mil, ou seja, 133,67% a mais em relação ao valor de mercado, totalizando a quantia de quase R$ 2 milhões sob suspeita de desvio.
Além disso, a investigação policial identificou que a verba pública federal transferida à empresa contratada foi, em seguida, remetida à conta bancária no exterior, pertencente a uma outra pessoa jurídica, aparentemente de fachada, havendo indícios de possível prática de crime de lavagem de dinheiro.
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Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato, pertencimento à organização criminosa e lavagem de dinheiro, e, se condenados, poderão cumprir pena de até 30 anos de reclusão.
O nome da operação é uma alusão às suspeitas de que uma revendedora de vinhos tenha sido utilizada para desviar recursos públicos que deveriam ser destinados ao sistema de saúde.
CONFIRA A LISTA DE PRESOS NA OPERAÇÃO "SANGRIA 2"