*Por Lúcio Carril - Há uma profunda discussão aqui no Amazonas, envolvendo as coisas da floresta: se a melhor maconha é de Maués ou da Costa do Marrecão, em Manacapuru.
Pelo sim pelo não, sei mesmo é que tem bolsominion fumando maconha vencida. Senão vejamos:
Esse ser paleolítico descobriu nestes tempos de pandemia que a fome existe nos estratos sociais mais pobres e que os trabalhadores passam necessidades extremas sem seus empregos.
Ora, nunca vi um bolsominion ir às ruas protestar contra o desemprego ou contra a fome. Pelo contrário, já vi atos de apoio pelo fim da CLT, conjunto de leis que protegiam o trabalhador da ganância desenfreada dos patrões.
E esse ser da pré-história também sempre se manifestou contra o Bolsa-Família como programa de distribuição de renda.
O que está havendo agora? Tem bonitona e bonitão com o discurso de defesa do trabalho para não ter ninguém passando fome. Santa cara de pau!
Os governos Temer e Bolsonaro já devolveram quase cinco milhões de famílias à situação de fome e não vejo protesto dessa estirpe do mal.
Na verdade, não estão contra o desemprego, mas a favor da manutenção dos privilégios daqueles que usufruem e exploram a força de trabalho (favor procurar no Google a definição de mais-valia).
É óbvio que no seu meio, dos bolsominions, tem aqueles incautos, que Jesus já perdoou por não saberem o que falam. A estes peço que observem o perfil dos participantes das carreatas pró-corona. Não tinha trabalhador, mas somente parasitas que vivem do trabalho dos outros.
Em síntese: só fumando muita maconha com validade vencida para dizer que está preocupado com a situação de vida do povo quando sempre se colocou contra o Bolsa-Família, contra as leis trabalhistas, contra as cotas nas universidades, contra as políticas públicas de amparo social. É cinismo demais para estar de cara limpa.
*Lúcio Carril é sociólogo, ex-secretário executivo da Secretaria de Política Fundiária do Estado do Amazonas, ex-delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.