Campanha petista avaliou ser impossível ser contra medidas que são benéficas à população, mas manteve a crítica: "É tardio e insuficiente"
“É pouco e chegou tarde.” É com essa posição que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tratará o chamado “pacote de bondades” lançado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) e que deverá entrar em discussão no Senado na próxima semana.
As medidas são colocadas pelo governo com o objetivo de minimizar o impacto do alto preço dos combustíveis na vida das pessoas que mais precisam e incluem dobrar o valor pago pelo Vale-Gás, aumentar em R$ 200 o valor do Auxílio Brasil e ainda conceder aos caminhoneiros um voucher de R$ 1 mil.
É consenso entre os petistas o caráter eleitoral das propostas. No entanto, o partido não quer amargar o desgaste de votar contra as medidas, por considerá-las importantes para a população.
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A posição de considerá-las “tardias e insuficientes” só foi encontrada no início da noite da sexta-feira, depois de um dia inteiro de discussão. Pela manhã, as bancadas da Câmara e do Senado se reuniram. Não tiraram posição, mas tentaram afinar uma crítica.
Um dos presentes à reunião, o senador Paulo Rocha (PT-PA) já havia sinalizado o dilema entre votar a fovor das medidas consideradas eleitoreiras ou votar contra o pacote e, assim, impedir o benefício da população.
“Não se trata de ser contra ou a favor”, disse o senador.
“Isso é uma manobra de véspera de eleição. Uma bondade falsa do Bolsonaro. Se ele quisesse resolver essas questões, teria feito bem antes. Agora, a situação não se resolve da maneira que deveria, e ele vem com esses bombons para ganhar votos”, ponderou.
Ao longo do dia, mais petistas travaram o mesmo conflito até a decisão do núcleo da campanha de trabalhar para a aprovação e manter a posição de crítica ao caráter eleitoral.
Ao longo do dia, o PT também abandonou a ideia de contestar juridicamente o pacote, perante a Justiça Eleitoral, ideia que chegou a ser cogitada pela manhã.
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O governo pretende driblar as restrições da legislação eleitoral, alegando um estado de emergência, previsto na lei.
Fonte: Metrópoles