18 de Maio de 2024 - Ano 10
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02/05/2024

Por que as alergias estão aumentando? A microbiota pode ser a chave

Foto: Reprodução

Artigo escrito pela professora de Imunologia Narcisa Martínez Quiles, que leciona na Universidad Complutense Madrid, esclarece o assunto

Há décadas, o número de casos de alergias – alergias de primavera, alergias alimentares, alergias de pele, etc. – vem aumentando, a ponto de ser considerado uma epidemia mundial completa.Esse fenômeno surpreendente levanta muitas questões: quais são os fatores de risco para as alergias? É bom ser infectado por patógenos para preveni-las? Os agentes químicos aos quais estamos cada vez mais expostos estão desempenhando um papel? É a genética a culpada e devemos nos conformar com isso?

 

Estudos recentes acrescentam outro fator a essa complicada equação: a microbiota. Tentaremos esclarecer todas essas questões.Em 1989, o epidemiologista David P. Strachan propôs a chamada “hipótese da higiene” para explicar o aumento da incidência de doenças alérgicas, como asma, febre do feno e eczema. Depois de acompanhar 17.414 pessoas até a idade de 23 anos, Strachan propôs que crescer em uma família onde várias crianças vivem juntas diminui a probabilidade de alergias. O motivo? Aumento da infecção cruzada entre irmãos.

 

Surgiu então a ideia de que a redução das infecções entre as pessoas nas sociedades ocidentais avançadas devido à higiene e aos avanços médicos também levou a uma redução das respostas imunológicas do tipo 1, aquelas que nos protegem contra vírus e bactérias patogênicos. Isso, por sua vez, leva a um risco maior de respostas imunológicas descontroladas do tipo 2, ou seja, doenças alérgicas.

 

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Esse último tipo de reação nos protege contra parasitas helmintos (vermes), danos físicos e químicos, venenos etc.Estudos posteriores qualificaram essa hipótese concluindo que nem todas as infecções previnem alergias. O oposto pode até ser verdadeiro: infecções por vírus sincicial respiratório ou rinovírus em uma idade precoce estão associadas a uma maior probabilidade de desenvolver asma.

 

Por que as alergias estão aumentando? Uma chave pode estar na microbiota

 

Atualmente, considera-se que a tolerância a alérgenos – ou seja, a ausência de reações do sistema imunológico a coisas que não representam um risco à nossa saúde – depende de uma colonização microbiana adequada e de um ambiente imunoestimulador desde os primeiros momentos da vida. E ambos são, em parte, adquiridos da mãe.

 

Alergias: e se tudo viesse da microbiota? | Conteúdo para o público geral |  Instituto da Microbiota

 Foto: Reprodução

 

Nesse contexto, os epitélios (pele, intestino, vias aéreas etc.) recebem os estímulos certos (embora danos químicos possam interromper esse processo) para não desenvolver uma resposta imune adaptativa aos alérgenos. Por um lado, isso contribui para a tolerância e, por outro, para a manutenção da integridade física desses epitélios, o que evita uma resposta inflamatória prejudicial e o aumento do risco de infecção.

 

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De fato, foi relatado que a dermatite de reação à fralda com mais de um mês de duração em bebês está relacionada à alergia alimentar. Essa descoberta levou à proposição de que a primeira exposição a alimentos que desencadeiam reações alérgicas frequentes, como o amendoim, é por meio de sua ingestão. Isso induziria à tolerância, como se dissesse ao sistema imunológico: “isso é um alimento, não um patógeno”. Por outro lado, o uso de hidratantes com componentes derivados de alimentos, como o óleo de amendoim, promoveria não apenas a irritação da pele, mas também o desenvolvimento de reações alérgicas. 

 

Fonte: Revisata IstoÉ

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