16 de Maio de 2024 - Ano 10
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10/03/2024

Portugal decide futuro político na eleição mais importante em 50 anos

Foto: Reprodução

Cerca de 9 milhões de cidadãos estão habilitados a votar nas eleições legislativas antecipadas que acontecem neste domingo (10/3)

Chegou a hora dos eleitores escolherem em Portugal quem vai governar o país, nas eleições legislativas antecipadas que acontecem neste domingo (10/3). No pleito considerado o mais decisivo em 50 anos de democracia em Portugal, após o fim da ditadura de Salazar, cerca de 9 milhões de eleitores estão habilitados a votar hoje e escolher quem ocupará as 230 cadeiras do Parlamento português.


Entre os eleitores, muitos brasileiros. E não apenas aqueles que possuem também a cidadania portuguesa, mas também os brasileiros que solicitaram a equiparação de direitos eleitorais, possível graças a um acordo bilateral com Portugal.

 

A imigração foi, aliás, o grande tema e o grande dissenso desta eleição e divide não somente os portugueses, mas também as comunidades estrangeiras. Neste domingo, as urnas estarão abertas das 8h às 19h e é possível votar levando apenas a identidade ou qualquer outro documento oficial com foto.

 

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Quem se inscreveu para o voto antecipado no domingo passado (3/10) e acabou não votando, pode votar hoje, desde que seja em sua seção de voto.

 

Neste domingo, Portugal deve dar, na opinião de especialistas, uma guinada à direita em seu governo, após oito anos sob o comando da coalização de esquerda, mas ainda há muitos indecisos, cerca de 14%, e o pleito ainda é assombrado pelo fantasma da abstenção, que foi recorde, batendo nos 50%, nas últimas duas eleições, em 2019 e 2022.

 

Resta saber agora se a extrema direita e o voto de protesto do partido Chega baterão ou não os 16% esperados e qual será seu impacto na Assembleia de Portugal, e nas eleições europeias de junho.

 

Para o estudante de Engenharia e Informática da Universidade de Lisboa Mario Gonçalves, os jovens não devem decepcionar na votação deste domingo.

 

“Eu noto que este ano as pessoas parecem que querem votar mais do que queriam nos anos anteriores, parece que estão mais motivadas para isso. O que é ótimo. Eu acho que todas as pessoas deveriam votar”, diz à RFI em Lisboa. “Eu acho que principalmente pessoas jovens não devem se abster do voto”, sublinha.


O tema da imigração, exacerbado pela chegada de milhares de migrantes do sul e sudeste asiático depois de 2018, parece decisivo nestas eleições em Portugal, e é fortemente mobilizado e instrumentalizado por alguns partidos.

 

A comunidade brasileira, com 400 mil pessoas, é hoje o maior grupo imigrante de Portugal, mas ainda existe preconceito, como conta a assistente social Evonês Santos, que mora há 22 anos no país.

 

“Já sofri [preconceito] e não, não é fácil ser mulher, negra e imigrante”, diz a brasileira, que possui também a nacionalidade portuguesa.

 

Segundo ela, quando uma barreira é ultrapassada, outras circunstâncias surgem.

 

“Eu sou uma mulher, sou negra e fui para uma universidade privada, em que eu ouvi uma aula inteira de 45 minutos uma professora falar muito mal da mulher brasileira. Foram coisas que me custaram muito, pagar para estudar e ser discriminada, ou seja, estava pagando para ser discriminada”, denuncia.

 

As estudantes brasileiras Victoria e Luiza, que chegaram de Vitória no Espirito Santo para estudarem em Portugal por meio do programa Erasmus, evocam o problema dos alugueis no país, um dos temas dessa campanha.


“Eu vejo muitos portugueses comentando como o país está atrasado em relação a essa parte de empresas de atração de capital externo. Muitos estrangeiros vêm pra cá com o visto Gold, mas não investem totalmente seu dinheiro aqui. Eles simplesmente compram as casas”, diz Victoria, 23.

 

“Essa questão dos alugeis toca a gente, que é imigrante”, diz Luiza, 21. “A gente sente muita diferença por causa do valor do euro hoje em dia. E nós vivemos aqui na grande Lisboa, mas às vezes a gente precisa morar num bairro, nos arredores. É porque às vezes um quarto é o valor de um apartamento”, diz.

 

A historiadora brasileira Thaís Galindo, que faz seu mestrado em Portugal, revela suas expectativas para as eleições deste domingo. “Realmente, as pessoas creem que a culpa de todo o problema de Portugal é dos imigrantes. Eles realmente creem nisso? Porque é assustador que as pessoas não saibam da onde isso está vindo”, afirma a brasileira.

 

“Mas, ao mesmo tempo, eu também tenho fé numa coisa do comportamento português que eu vejo que é serem pessoas inconformadas. Portugueses são muito chatos, não é? Eles são muito inconformados com várias coisas, são péssimos clientes, são clientes muito chatos. Mas eu acho que isso dentro da política é muito bom também que quando você é inconformado, você está sempre vendo os erros”, contemporiza Galindo.

 

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A decisão agora está nas mãos dos 9 milhões de eleitores portugueses, brasileiros e de outras nacionalidades autorizados a votarem neste pleito histórico que, com certeza, causará forte impacto nas eleições europeias de junho. 

 

Fonte: Metrópoles

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