O puerpério é marcado por uma série de fatores que podem impactar a vida sexual da mulher e do casal
Quando um bebê chega ao mundo todas as atenções recaem sobre ele e é comum que o sexo no pós-parto não seja a primeira coisa que venha à mente dos pais. Além disso, o puerpério é marcado por uma série de fatores que podem impactar a vida sexual do casal, como cansaço físico e emocional, além de certos desconfortos.
Gabriella Ferreira, ginecologista e obstetra especialista em reprodução assistida, aponta que, de um modo geral, os médicos orientam o retorno à atividade sexual entre 40 a 60 dias após o parto.
Primeiramente, ela lembra que cada mulher é única e que a volta à atividade sexual pode variar bastante. Vários fatores influenciam essa decisão, como o tipo de parto, a presença ou não de lacerações (cortes), a recuperação física e emocional, o cansaço e o próprio desejo sexual (libido)Uma pesquisa da Associação dos Profissionais de Saúde Reprodutiva, nos Estados Unidos, revelou que a volta do desejo, do prazer e da frequência das relações sexuais aos níveis anteriores à gravidez pode demorar até um ano.
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No período pós-parto, ou puerpério, a mulher precisa se preparar física e emocionalmente para retomar sua vida sexual. “A prolactina, que é o hormônio que passa a ocupar um grande espaço no corpo da mulher, em decorrência da amamentação, pode diminuir a libido. Além disso, a falta do estrogênio, que diminui nesse período, faz a vagina ficar menos lubrificada, fator que pode gerar dor ou ardência durante a penetração”, explica a médicaGabriella acrescenta que é importante as mulheres procurarem seus médicos. “É um período que exige mais paciência, tanto da mulher como de seu companheiro, e conversar ajuda muito”, aponta. “O mais importante é que a mulher tenha consciência de que o que ela está sentindo vai passar, é apenas uma fase”.
É possível encontrar maneiras de contornar os incômodos na relação sexual. Beijos, carícias, masturbação mútua e sexo oral são ótimas formas de manter a intimidade entre o casal.Quando a mulher estiver pronta para o sexo, uma dica é evitar a posição “papai e mamãe”. O ideal é iniciar em uma posição na qual seja possível controlar a profundidade de penetração e os desconfortos da mulher na região abdominal.
Foto: Reprodução
A médica aponta que o tipo de parto, a cesariana ou o parto vaginal, pode, sim, influenciar o retorno à prática sexual. “Normalmente no parto normal existe a presença de lacerações [cortes] que causam dor e podem retardar o retorno das atividades sexuais”, detalha Gabriella.Em contrapartida, o parto cesárea também tem suas peculiaridades. A cicatrização da incisão cirúrgica pode levar algum tempo e pode haver dor ao redor da área da cicatriz, que também pode se estender à região abdominal.
A especialista reforça que não se deve comparar o sexo pós-parto com o que era antes, uma vez que trata-se de uma nova realidade, que vai impactar na relação da mãe com o seu corpo e seu parceiro.O hormônio prolactina, responsável pela produção do leite — juntamente com a queda no estrogênio e na progesterona — também tem influência sobre a disposição sexual.
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“O estrogênio é um hormônio importante para as relações sexuais, sendo responsável por conferir a lubrificação vaginal, entre outras atividades. Acontece que, após o parto, a mulher tem níveis de prolactina aumentados que age na amamentação, porém inibe o estrogênio”, comenta Gabriella.
Fonte: Extra