Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres gerou manifestações em lugares como França, Itália, Guatemala e Brasil
O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, celebrado em 25 de novembro, levou às ruas mulheres de diversas regiões do globo. Em países como França, Itália, Brasil e Guatemala, aconteceram manifestações pelo fim da violência de gênero, com diferentes homenagens às vítimas de feminicídio.
Na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o movimento Levante Feminista usou 164 pares de sapatos femininos para representar as mulheres assassinadas no estado nos anos de 2022 e 2023. Na Cidade da Guatemala, foi acesa uma fogueira em cerimônia de lembrança às vítimas. Já em Roma, na Itália, e Paris e Bordeaux, na França, milhares de pessoas protestaram contra a violência de gênero.
No Brasil, foram registrados 722 casos de feminicídio apenas no primeiro semestre de 2023. Os dados são de um levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), e representam um aumento de 2,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
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O Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres é parte de uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar as populações sobre violência de gênero. Abaixo, veja fotos dos protestos deste 25 de novembro:
Por definição, feminicídio é toda morte decorrente de violência doméstica ou motivada pela discriminação da “condição” do sexo feminino, conceito usado pela primeira vez na década de 1970. No Brasil, uma lei de março de 2015 alterou o Código Penal Brasileiro e incluiu o feminicídio como uma das formas qualificadas de homicídio.
Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, explica que o dado de feminicídios no Brasil é bastante subestimado. Embora tenha havido um aumento das notificações por parte das vítimas, ainda há um problema crônico de classificação do crime pela Polícia Civil. A proporção nacional de feminicídios em relação ao homicídio de mulheres é de 35,6%.
— Em alguns estados, a polícia não calcula da forma adequada. Quando olhamos os boletins de ocorrência, vemos muitas mortes classificadas como homicídios de mulheres cujos autores eram ex-companheiros. E isso é feminicídio — afirma Samira. — Não se trata de um fetiche estatístico, isso compromete a punição do autor, que pode pegar uma pena maior. A polícia, de certa forma, está contribuindo para a impunidade.
Segundo os novos dados do Fórum, 61,1% das vítimas do feminicídio são negras, 71,9% têm entre 18 e 44 anos e 70% foram mortas dentro de casa. Em 53,6% dos casos, o autor é um parceiro íntimo. Nos outros 19,4% e 10,7%, um ex-companheiro e familiar, respectivamente.
A pena para feminicídio pode variar de 12 a 30 anos.
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Foto: Reprodução
Fonte: O Globo