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20/12/2023

Psicóloga dá dicas de como evitar o Burnout neste fim de ano

Foto: Reprodução

Segundo Tatiana Casilo, o termo foi oficializado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019, como uma síndrome crônica

De acordo com a especialista em psicanálise, neurociência e comportamento humano Tatiana Casilo, o termo burnout ingressou pela primeira vez no meio científico em 1974. “O psicólogo que ficou reconhecido por esse estudo foi Herbert Freudenberger. Inicialmente, os sintomas consistiam em observações de mudanças comportamentais associadas à exaustão profissional, um esgotamento físico e mental do indivíduo”, afirma.


O termo veio a ser oficializado, então, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019, como uma síndrome crônica. De lá para cá, esse quadro vem se tornando pauta, com cada vez mais frequência, em conversas entre amigos, redes sociais e estudos científicos.


Segundo um estudo da International Stress Management Association (ISMA), o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países que sofrem com o burnout, tendo como porcentagem aproximada de 32% da população passando pelos sintomas — cerca de 33 milhões dos cidadãos brasileiros.

 

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“Não sendo caracterizada pelo DSM V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) como uma doença, contudo, após a OMS tê-la oficializado como síndrome ocupacional crônica em 2022 — sendo incluída na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11) —, o que levamos em consideração como critérios diagnósticos são os sintomas relacionados à exaustão extrema, perda de perspectivas, constante pensamento nas ocupações”, explica a psicóloga.

 

Tatiana comenta que o burnout envolve nervosismo, sofrimento psicológico e sintomas físicos, como dores pelo corpo (inchaços repentinos, marcas roxas que surgem sem machucados prévios, formigamentos…), cansaço extremo e tonturas.


Geralmente, os sintomas estão associados à questões relativas ao trabalho remunerado, no entanto, nos últimos anos vem crescendo muito as discussões acerca do reconhecimento desse estado mental também proveniente de outras funções, como dentro do trabalho do cuidado, que ainda não é remunerado e é exercido principalmente pelas mulheres.

 

Conforme elucida a especialista, por critérios genéticos, ainda não existe essa correlação confirmada. No entanto, ela lembra que estudos comprovam que determinadas profissões e funções são mais sensíveis em desencadear esse estresse extremo.

 

“Fatores ambientais e familiares também são muito consideráveis e influenciam diretamente nas percepções sobre as experiências de vida das pessoas. Quanto maior for o estímulo de estresse nos ambientes que a pessoa ocupa, as chances de desencadear um adoecimento psíquico aumenta exponencialmente”, expõe.


Para Tatiana, o aumento dos casos de burnout se dá, principalmente, pelo impacto que as jornadas profissionais e pessoais ocupam na vida de cada indivíduo, além do fácil acesso que um tem sobre a vida do outro (por meio das redes sociais), aumentando, assim, a facilidade de comparações entre uma realidade e outra. “Acredito que vivemos tempos em que desaprendemos a desacelerar, afinal, somos cobrados constantemente a produzir, produzir, produzir”, opina.

 

“Quando somos convocados a nos definir, uma das percepções que mais marca nossas falas em geral é o que fazemos profissionalmente, o quanto fomos úteis e os resultados que obtemos. Se não preenchermos esse checklist social, nos sentimos perdidos, desencontrados. Vivemos tempos em que a utopia da meritocracia (que é o conceito que coloca a pessoa como única responsável pelo seu sucesso) está cada vez mais forte, nos impulsionando a sempre estarmos em busca da nossa mais alta performance e, com isso, reforçando que a pausa não é considerável”

 

Na concepção da psicóloga, é por essa razão que o ser humano está tentando fazer caber compromissos e objetivos que não são compatíveis com a realidade. “24h são facilmente emendadas com a desculpa de ‘estou perseguindo o meu propósito’. Só que a conta uma hora chega”, alerta a profissional.

 

O aumento dos casos de burnout se dá, principalmente, pelo impacto que as jornadas profissionais e pessoais ocupam na vida de cada indivíduo
Tatiana levanta, ainda, mais uma questão: “Vivemos tempos em que apreciar a construção dos processos tem sido muito pouco valorizado. Queremos ‘ver nossas casas já prontas construídas e estabelecidas’, mas estamos pouquíssimos tolerantes para o ‘processo da reforma, para desconstruir para só depois construir’ e, também, para o entendimento de que as coisas levam tempo mesmo para acontecer e que não colher imediatamente o fruto daquilo que foi plantado não significa que estejamos na inércia.”

 

A especialista enfatiza que todos os indivíduos precisam recuperar a compreensão de que os acontecimentos levam, de fato, tempo, e que muito pouco — ou quase nada — merece a urgência que todos têm dado. “Com o que você tem gastado o seu tempo? Você tem conseguido respirar dentro do seu cotidiano ou o seu cotidiano tem tirado seu fôlego?”, questiona ela.

 

Tatiana Casilo conta que o diagnóstico de burnout vem por meio da observação das queixas do paciente, da repetição do que ele vive e de como ele tem olhado para o que acontece em sua vida.

 

“Uma pessoa que está com seus exames clínicos em dia (o que é um fator extremamente importante e que vale muito ressaltar) e se queixa de cansaço constante, dificuldade para dormir, pensamentos intrusivos e acelerados, dificuldade em planejamento/gerenciamento das suas demandas e/ou esquecimentos frequentes, pode ser uma pessoa que está desencadeando a síndrome do burnout”, ilustra Tatiana.

 

Interrogada sobre o motivo pelo qual muitas pessoas têm seus sentimentos aflorados na época de fim de ano, sejam eles bons ou ruins, a psicóloga explica que o encerramento de ciclos são momentos potenciais para mexer com cada pessoa.

 

Além disso, com a chegada do Natal e Réveillon, muitos compromissos, confraternizações e idas aos shoppings para comprar presentes lotam a agenda de dezembro, o que faz com que as pessoas fiquem muito ocupadas e corridas. Afinal, como manter a calma e não “pirar” nesta época, para não desencadear burnout?


Primeiramente, a profissional frisa que, na cultura brasileira, o fim de ano é muito simbólico. Portanto, é importante que se entenda que as emoções fazem parte da vida. “Uma vida sem emoções é também uma vida com ausência de vivacidade. O que precisamos aprender é a desenvolver ferramentas para lidar com as nossas emoções, entendendo que todas elas carregam alguma mensagem para nós”, diz.

 

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Outra dica é praticar a autocompaixão. “Se você for das confraternizações: aproveite! São momentos únicos… Se não for, respeite e acolha o seu espaço. Brinde consigo. Não se cobre para estar onde não se tem o desejo real de estar”, ensina. 

 

Fonte: Metrópoles

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