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Internacional
22/07/2019

Qual o legado que Theresa May deixa para o Reino Unido

Foto: Matt Dunham / Reuters

Desde que anunciou sua renúncia, a primeira-ministra tem corrido contra o tempo para conseguir aprovar algumas reformas sociais para os britânicos

 A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, se despede do cargo após três anos servindo como líder do governo britânico. Ela, uma política veterana, favorável a permanência do Reino Unido na UE, assumiu para si a dura missão do Brexit, após seu antecessor, David Cameron, jogar a toalha.

 

Para a doutoranda em Relações Internacionais na Universidade de Brasília (UnB), Angélica Szucko, o fato de May não ter entregue o Brexit como havia prometido é um ponto que deve contar para que ela seja retratada como uma “figura fraca” pela história.

 

 

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“É um pouco injusto caracterizar todo o governo dela baseado só na questão do Brexit”, defende a professora, destacando que a primeira-ministra assumiu em meio a um contexto turbulento, quando poucas pessoas queriam esse cargo por conta da complexidade e da divisão da sociedade e do Parlamento.


O legado social

 

Desde quando anunciou sua renúncia em 24 de maio, May tem corrido contra o tempo para conseguir aprovar algumas reformas sociais para os britânicos.

Entre os projetos que a primeira-ministra tenta conquistar, estão cerca de 5 bilhões de libras (cerca de R$ 23 bi) para a educação e um salário anti-inflação para as forças policiais.


No entanto, as medidas estão sendo criticadas dentro do próprio partido conservador.

 

Os parlamentares afirmam que May não deveria amarrar orçamento, ainda mais tendo em vista as previsões negativas que estão sendo feitas para a economia do país após a separação da UE.

 

O legado feminista

 

A primeira-ministra não é citada como um ícone feminista, apesar de ser apenas a segunda mulher a comandar o Reino Unido.

 

 

Ainda assim, Theresa May abriu espaço para uma nova geração de mulheres na política britânica.

 

Em 2005, ela foi uma das criadoras da plataforma “Women2Win” (Mulheres para Vencer, na tradução livre), um projeto de mentoria para mulheres que desejavam se tornar parlamentares pelo Partido Conservador.

 

No ano da criação do projeto, o partido contava com apenas 17 parlamentares. Após as eleições de 2010, o número saltou para 48 deputadas, e depois de 2015, havia 68 mulheres eleitas.

 

O Women2Win foi acompanhado de perto por Theresa May, que concedia mentoria para diversas parlamentares iniciantes.

 

A comparação com Thatcher

 

Thatcher serviu como primeira-ministra nos anos 1980

Thatcher serviu como primeira-ministra nos anos 1980

(Foto: Wikimedia Commons)


Ao fim do mandato, May encontra um outra dificuldade que geralmente não é imposta aos homens: a comparação com outra mulher. Sendo apenas a segunda mulher a assumir o governo britânico, ela precisa lidar com os paralelos com Margaret Thatcher.

 

Szucko avalia que as principais semelhanças entre as duas líderes é que ambas tiveram que se “revestir com uma armadura para enfrentar um trabalho tão duro”, mas que Thatcher teve mais sucesso.

 

Além disso, as duas apoiavam posturas mais globalistas e a abertura do Reino Unido para um comércio maior com outros países.

 

De acordo com a análise da professora, a maior diferença é contextual. Thatcher teve mais apoio do seu próprio gabinete que Theresa May.

 

O Brexit sem May

 

A saída abrupta de May deixa no ar a dúvida sobre como o Brexit seguirá. Os dois candidatos que restaram, Boris Johnson e Jeremy Hunt, são favoráveis à separação desde o início, apoiando inclusive a possibilidade de uma saída sem acordo.

 

Para Szucko, o discurso dos dois pode mudar, até porque o Parlamento tem se esforçado para aprovar medidas contra uma saída sem acordo.

 

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Fica ainda mais difícil prever o que vai acontecer, levando em consideração que a União Europeia também possui novos representantes desde maio.

 

Contudo, com a substituição de May, a possibilidade de um novo referendo sobre a saída diminui drasticamente.

 

R7

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