Horda que ainda se avoluma no entorno do ex-presidente teme que a data comemorativa para a ultradireita fascista se torne um pesadelo para Bolsonaro, adorador confesso da Ditadura
Não é mais uma questão de "se", mas "quando" Jair Bolsonaro (PL) será indiciado pela articulação de uma Organização Criminosa para tramar e colocar em marcha um golpe de Estado no Brasil durante o processo eleitoral em 2022. O indiciamento é o caminho natural que deve levar o ex-presidente à prisão pelos crimes de golpismo e conspiração contra a democracia.
E é esse "quando" que intriga a horda fascista que ainda se avoluma no entorno de Bolsonaro.
Entre aliados próximos, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, temem que o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, apresente a denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) no dia 31 de Março, uma data simbólica para o ex-presidente, adorador confesso da Ditadura Militar no Brasil.
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A data do golpe militar no Brasil é sempre comemorada por Bolsonaro, que tentou instituir nas Forças Armadas atos comemorativos sobre o que classifica como "revolução" contra o comunismo.
No entanto, caso Gonet entregue a Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a denúncia no dia 31 de março, Bolsonaro terá na data a lembrança do dia que começou o processo que o levará a prisão, segundo boa parte do campo jurídico.
O temor se dá ainda pela teoria da conspiração dos bolsonaristas e do próprio Valdemar da Costa Neto, que foi solto por decisão de Moraes neste sábado (10), sobre algumas decisões do ministro.
Costa Neto, por exemplo, reclamou dos R$ 22,9 milhões em multa aplicada por Moraes ao PL litigância de má-fé ao apresentar um "estudo" atacando as urnas eletrônicas após as eleições presidenciais. 22 é o número do partido e pelo qual Bolsonaro concorreu na disputa.
"É isso que o pessoal da direita não se conforma. Por isso que atacam ele [Alexandre]. Um partido levar uma multa dessa? E R$ 22,9 milhões, que são dois mais dois, mais nove, que é o número 13, do PT. Que engraçadinho. Eles devem achar muito gozado isso aqui. Aí vão julgar o Bolsonaro, tem tantos dias para escolher do mês, ele escolhe o dia 22", reclamou Costa Neto em entrevista a Folha em julho passado, sobre o dia escolhido por Moraes para iniciar o julgamento que tornou o ex-presidente inelegível.
Em entrevista ao Jornal da Record na noite desta sexta-feira (9), Jair Bolsonaro (PL) se vitimizou sobre as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PL).
Foto: Reprodução
Isolado por determinação da Justiça, o ex-presidente admitiu que pode ser preso, e com fala mansa - diferente dos arroubos autoritários da reunião de 5 de julho - evitou atacar Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal que autorizou a megaoperação e seu alvo preferencial nos 4 anos em que ficou na Presidência.
Ao ser indagado se "teme ser preso", Bolsonaro tentou encampar a tese da "Ditadura do judiciário", propagada entre a horda que o apoia.
"Até você pode ser preso. Não tem mais Estado Democrático de Direito no Brasil. Não existe. Não existe", disse o ex-presidente, que tentou comparar seu caso com o de Lula.
"O meu processo não podia estar no Supremo. Tem que ser primeira instância. Eu não tenho foro privilegiado mais. Onde o Lula foi julgado no caso do mensalão? Em Curitiba. Por que para mim tem que ser diferente?", indagou.
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Em seguida, sem citar Alexandre de Moraes, Bolsonaro se vitimizou dizendo que seu processo "está nas mãos de um núcleo menor de pessoas e nós sabemos ali, que uma ou outra pessoa que o prazer dele é me ver numa pior um dia", emendou.
Fonte: Revista Forúm