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11/04/2023

Quem é Tacla Duran, alvo da Lava Jato que pode colocar Moro na mira da PF

Foto: Reprodução

O advogado Rodrigo Tacla Duran, de 49 anos, é o pivô de acusações que podem colocar o senador Sérgio Moro (União Brasil -PR), ex-juiz da operação Lava Jato, e o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que foi o coordenador da força-tarefa, na mira da Polícia Federal (PF). Ele trabalhava para a Odebrecht na época da investigação e foi apontado como operador financeiro da construtora em esquemas de corrupção. Chegou a ter prisão decretada e ser colocado na lista de foragidos da Interpol a pedido de Moro, mas hoje está no programa de proteção a testemunhas.

 

A reviravolta no caso foi possível devido à chegada do juiz Eduardo Appio, que assumiu recentemente a 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, berço da Lava Jato. Ele é crítico autodeclarado da operação e intimou Duran para depor no fim de março, em uma ação penal em que o advogado é réu por lavagem de dinheiro.

 

Foi a primeira vez que o advogado foi ouvido por uma autoridade brasileira sobre a Lava Jato. Durante o depoimento, que ocorreu via videoconferência - Duran vive na Espanha -, ele fez acusações contra Moro e Dallagnol e afirmou que a dupla usou "diversos subterfúgios processuais" para que ele não fosse ouvido até este ano.

 

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"O que estava acontecendo não era um processo normal, era um bullying processual, onde me fizeram ser processado pelo mesmo fato em cinco países por uma simples questão de vingança", disse. O advogado ganhou notoriedade no auge da Lava Jato como um dos principais desafetos do ex-juiz Sérgio Moro. Ele foi acusado pela força-tarefa do Ministério Público Federal de usar empresas no Brasil e no exterior para lavar propinas supostamente pagas pela UTC Engenharia e pela Odebrecht a agentes públicos em troca de contratos com a Petrobras.

 

Segundo a Lava Jato, Tacla Duran agia como um dos operadores financeiros fixos do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o chamado 'departamento da propina'. Ao se defender das acusações, ele afirma que sofreu tentativas de extorsão na Lava Jato, em troca de facilidades para clientes, e que passou a ser "perseguido" por não compactuar com o que chamou de uma "prática comercial corriqueira" da força-tarefa.

 

Por envolver Moro e Dallagnol, que hoje são parlamentares no Congresso Nacional - o primeiro, no Senado, e o segundo, na Câmara -, o caso deixou a alçada da 13.ª Vara Federal de Curitiba e foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas a tramitação foi contestada pelo ex-juiz e pelo ex-procurador, que defendiam a devolução para a vara paranaense.

 

Na noite desta segunda-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, decidiu pela procedência do caso no âmbito do Supremo. O magistrado sempre foi crítico à força-tarefa, e definiu a tramitação sobre Tacla Duran na véspera de sua aposentadoria, já que ele deixa a Corte nesta terça-feira, 11. A decisão do ministro atende à orientação do Ministério Público Federal; ele ainda determinou que a Procuradoria-Geral da República examine as imputações feitas pelo advogado novamente e avalie se é necessário abrir um inquérito com base nas acusações, daí a hipótese de a PF passar a investigar Moro e Dallagnol.

 

Em 2017, antes de o agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser preso no âmbito da operação, a defesa do petista insistiu a Moro para que fosse marcada uma audiência com depoimento de Tacla Duran. O intuito era ouvir o advogado no contexto de um incidente de falsidade que questionava a idoneidade de documentos entregues pela Odebrecht em seu acordo de colaboração.

 

Moro negou a audiência por considerar que "embora existam indícios de que Rodrigo Tacla Duran tenha prestado serviços para o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, não há elemento probatório mínimo que indique o seu envolvimento específico nas operações que constituem objeto da presente ação penal". Meses depois, o provimento também foi negado pelos desembargadores da 8.ª Turma do Tribunal da Lava Jato (Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, TRF-4).

 

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A Interpol tirou Tacla Duran da lista de procurados internacionais em 2018. A defesa de Duran alegou parcialidade de Sérgio Moro após o então juiz citar o advogado em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Segundo o órgão, Duran apresentou "evidências facilmente verificáveis por meio de uma pesquisa de fontes abertas", de que Moro "falou publicamente sobre ele durante uma entrevista" a respeito do caso, colocando em suspeição a imparcialidade do então juiz da Lava Jato em Curitiba. 

 

Fonte:Terra

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