Aniversário será marcado por salvas de tiros cerimoniais — uma tradição no aniversário do monarca — mas não haverá folga
O chefe de Estado britânico, o rei Charles III, completa 76 anos nesta quinta-feira, ainda sob tratamento contra o câncer, mas com sua dedicação pelo trabalho intacta, pelo que seu filho e herdeiro, o príncipe William, chamou de um ano "brutal". Charles interrompeu os deveres reais em fevereiro após ser diagnosticado com um câncer não revelado. Dois meses e meio depois, no final de abril, ele estava de volta ao trabalho.
"O problema é tentar detê-lo", disse sua mulher, a Rainha Camilla, diversas vezes desde então. No mês passado, o casal até retomou suas viagens ao exterior, com o rei interrompendo seu tratamento enquanto visitava a Austrália e depois Samoa para uma reunião de chefes de governo da Comunidade Britânica.
De acordo com pessoas próximas a ele, Charles retornou "revigorado" da viagem de 11 dias, enquanto um funcionário do palácio disse que o rei pretendia retornar a uma programação "normal" de viagens ao exterior no ano que vem. Seu desejo de cumprir seus deveres públicos pode ser influenciado pelo fato de que, quando sucedeu sua mãe, a Rainha Elizabeth II, ele foi o herdeiro aparente com mais tempo de serviço na história britânica, com 70 anos.
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Ao ascender ao trono em 8 de setembro de 2022, quando Elizabeth morreu, Charles prometeu desempenhar seu papel constitucional "durante o tempo restante que Deus me conceder". No último domingo, ele liderou a nação em um silêncio de dois minutos para homenagear os britânicos mortos em batalha desde 1914 no memorial Cenotáfio em Londres, uma das datas mais importantes do calendário real.
Na noite anterior, ele se juntou ao filho William e à nora Catherine, Princesa de Gales — que recentemente concluiu a quimioterapia para seu próprio diagnóstico de câncer neste ano — no Royal Albert Hall para um concerto comemorativo.
Depois de receber o rei do Barein na terça-feira, Charles ofereceu uma recepção no Palácio de Buckingham nesta quarta-feira para a indústria cinematográfica e televisiva britânica e depois compareceu à estreia mundial de "Gladiador II". Seu aniversário será marcado por salvas de tiros cerimoniais — uma tradição no aniversário do monarca — mas não haverá folga.
Charles deve ir ao sul de Londres para inaugurar um centro de redistribuição de excedentes de alimentos, onde inspecionará um freezer industrial recém-instalado. O centro faz parte do seu "Coronation Food Project", que foi lançado em seu 75º aniversário e tem como objetivo combater o desperdício de alimentos e apoiar pessoas necessitadas.
Os 12 meses desde o último aniversário de Charles foram difíceis para a família real. Charles continua bastante afastado de seu filho mais novo, o príncipe Harry, e de sua mulher Meghan, enquanto as finanças de Charles e William foram alvo de alegações prejudiciais em um documentário recente.
Os pedidos de reparações pela escravidão decorrentes do domínio colonial britânico também cresceram na cúpula da Commonwealth. No entanto, nada foi mais preocupante do que o diagnóstico de câncer. O Palácio de Buckingham anunciou o problema de Charles algumas semanas após uma operação de próstata, mas especificou que não era câncer de próstata. O tipo ainda não foi divulgado.
Então, em março, dois meses após uma séria operação abdominal, Catherine — sem dúvida o membro mais popular da família real — anunciou que estava sofrendo de câncer, novamente sem especificar o tipo. Catherine encantou seus muitos fãs ao anunciar o fim de sua quimioterapia em 9 de setembro, em um vídeo amplamente elogiado postado nas redes sociais. Desde então, ela gradualmente retornou aos deveres reais.
"Sinceramente, tem sido terrível. Provavelmente foi o ano mais difícil da minha vida", disse William no início deste mês durante uma visita à África do Sul. "Estou muito orgulhoso da minha esposa e do meu pai por lidar com as coisas que eles fizeram", acrescentou William. "Mas, do ponto de vista pessoal e familiar, tem sido, sim, tem sido brutal", disse ele.
Mas a saúde dos membros mais antigos da realeza continua sendo acompanhada de perto. Um médico acompanhou o rei e a rainha a Austrália e Samoa no mês passado. Eles passaram três dias em um retiro de bem-estar em Bangalore, na Índia, no caminho de volta para "ajudar a quebrar" a longa jornada, disse um porta-voz do palácio.
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Poucos dias depois, Camilla, de 77 anos, suspendeu uma semana de compromissos por causa de uma infecção pulmonar. E o rei, um ambientalista devoto de longa data, não viajou para Baku, no Azerbaijão, para a cúpula climática COP29.
Fonte: O Globo