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16/08/2021

Ruivinha de Marte relembra fome e bullying: 'Transformei minha história'

Foto: Reprodução

Cantora e criadora de conteúdo, com mais de 18 milhões de seguidores, diz que enfrentou dificuldades por meses mesmo já fazendo publicidades na internet

Ruivinha de Marte, de 24 anos, é um dos últimos sucessos revelados pela internet. Nascida Anny Bergatin em Urucará (AM) e criada em Manaus, Ruivinha diz que criou o nome artístico em 2018 para ter uma identidade diferenciada nas redes sociais.

 

“Meu sonho era ser ruiva. Como levei muitos chifres na vida, resolvi dar um tapa no visual. Na época, eu pintava quadros, e como eu sabia fazer de tudo um pouco, minhas amigas diziam ‘você não é deste mundo, sabe cantar, pintar e maquiar’, e nunca estudei nada disso. Como já tinha muita ‘ruivinha’ no Instagram, criei o nome pelo qual fiquei conhecida”, conta ela, que tem 4,8 milhões de seguidores no Instagram e 13,3 milhões no TikTok.

 

A criadora de conteúdo teve o primeiro vídeo viralizado em junho do ano passado, com uma dancinha “desengonçada”. O sucesso veio em meio a um período de medo, já que a artista tem asma e Manaus foi uma das cidades brasileiras com mais casos de Covid-19.

 

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“Eu supero tudo. Só tenho muita crise de asma quando estou gripada ou num lugar muito frio. A asma atrapalha mesmo é na hora de dançar”, detalha.

 

“Fiquei como psicológico muito abalado na pandemia. Antes de tudo, falei ‘Esse ano vai ser top para mim. Vou tocar minha faculdade [de jornalismo] e fazer vídeos para o YouTube’. Para me distrair, comecei a fazer vídeos no TikTok. Achei que esse período nunca fosse passar, mas consegui transformar minha história no meio disso tudo”, diz ela, que chegou a testar positivo para Covid-19, mas teve apenas sintomas leves. 

 

 

A internet passou a proporcionar a primeira renda fixa de Ruivinha, que nunca havia encontrado espaço no mercado de trabalho mesmo com suas habilidades artísticas. Os quadros que pintava, por exemplo, eram sobras de compensado que o pai ganhava trabalhando em construção civil.

 

“Nunca consegui um emprego, mas fazia de tudo, vendia quadros e era maquiadora. Eu só queria trabalhar. Sempre fui muito dedicada e esforçada. Parecia que Deus estava preparando algo para mim. Comecei a faculdade de jornalismo e arrumei um estágio não remunerado num portal de notícias local. Em seguida, fui chamada para outro, mas com salário. Trabalhava nos dois ao mesmo tempo, mas meu sonho era ser apresentadora”, relembra.

 

No entanto, o dinheiro dos quadros não era suficiente para custear as mensalidades da faculdade, já que ela cobrava de R$ 30 a R$ 80 por encomendas de caricaturas, além de fazer maquiagens por R$ 30. Ruivinha destinou parte do benefício do primo, que é especial, e aos estudos.

 

Ruivinha de Marte (Foto: Reprodução/Instagram)

 

“Como só ele e meu pai tinham renda, resolvemos investir metade do dinheiro numa faculdade para mim ou para minha irmã”, disse ela, que mora com os pais, a irmã e o primo.

 

“Quando passei a ser conhecida na internet, abandonei todos os trabalhos para focar nas publicidades. Por outro lado, não conseguia mais pagar minha faculdade porque meu primo parou de receber o benefício. As coisas começaram a ficar mais difíceis, pensei em trancar a faculdade várias vezes, mas não desisti”, reforça a futura jornalista, que se forma no próximo ano.

 

Ruivinha desabafou recentemente na internet que ela e a família estavam há dois meses sem passar fome. A artista diz que o dinheiro das publicidades não era suficiente para manter a casa e os estudos, e que não tinha coragem de pedir ajuda na internet.

 

Ruivinha de Marte (Foto: Reprodução/Instagram)

 

“Quando eu fazia estágio, a gente passava por uma necessidade muito grande. Eram dois ou três dias seguidos sem nada para comer. Quando recebia, comprava comida e pagava metade da minha faculdade atrasado. Mesmo assim, investi o salário num celular bom para gravar vídeos”, relembra.

 

“Virei influencer e as coisas melhoraram, mas não como hoje. Com as publicidades, eu ainda tinha que pagar a mensalidade da faculdade e colocar comida na mesa. Nunca era o suficiente. Tem dia que eu recebia, e outros em que não tinha nada. Eu tinha vergonha de expor isso na internet. As pessoas poderiam achar que eu estava me vitimizando. No começo, quando não tinha muitos seguidores, meu valor não era tão alto. Por trás do que as pessoas viam na internet, tinha eu gravando vídeo sem comer nada, com medo de pedir ajuda e as pessoas jogarem na cara. Só porque tenho muitos seguidores acham que sou rica. Me escondi esse tempo todo”, lamenta.

 

A criadora de conteúdo detalha ainda como era administração de sua renda antes de conseguir o status atual, reforçando que nem sempre conseguia abastecer a despensa.

 

“Tinha que escolher entre pagar minha faculdade e comer. Eram várias coisas para resolver para não desistir do sonho de ser influencer. Meu pai saiu do emprego, e ninguém em casa trabalhava. Contratei minha irmã para trabalhar comigo e minha assessora. O dinheiro nunca vinha 100% para mim. Eu ganhava de R$ 100 a R$ 300 por publi. Recebia geralmente semana sim, semana não. Dei minha vida para investir em algo que soube que daria certo no futuro”, reflete.

 

Além de enfrentar dificuldades financeiras, Ruivinha teve que lidar com a baixa autoestima de tanto receber críticas. A criadora de conteúdo diz que a fama a ajudou a valorizar o que tem de melhor.

 

Ruivinha de Marte (Foto: Reprodução/Instagram)

 

“Eu não conseguia enxergar meus talentos. Ficava com medo de expor que eu cantava e desenhava e alguém botar defeito. Estava acostumada a ouvir críticas como ‘ela é feia, olha o corpo dela, magrela, sem peito e sem bunda, sem graça e canta mal’. Eu fui aceitando e tomando isso como verdade. Mas entendi que minha família precisava de mim, e eu tinha que usar o que eu tinha para dar o melhor a eles. E consegui! Com a fama, eu não sou mais insegura sobre minhas habilidades”, comemora.

 

Agora, como cantora e influencer, Ruivinha celebra as conquistas e a oportunidade de dar emprego a outras pessoas. “Nunca imaginei que um dia teria minha empresa e faria trabalhos representando marcas grandes. Hoje realizo o sonho da minha irmã, que era ter um bom emprego. Tenho o privilégio de tê-la como minha assessora pessoal e ter outra assessora que acreditou em mim desde quando eu não era nada na internet”, conta.

 

Desde que viralizou, Ruivinha já foi musa do clipe viral Na Ponta do Pé, de Nadson O Ferinha, e gravou algumas músicas em estúdio. Uma delas, Não Te Quero Mais, fala sobre uma de suas experiências amorosas.

 

 

“Eu tinha um sonho de gravar uma música só pra deixar no celular, só pra mim. Procurei alguns DJs aqui na cidade e disseram que não bombaria fora de Manaus se tivesse muitas gírias locais. Até que conheci uma produtora, ela se impressionou com a minha voz e me chamou para gravar feats e a minha própria música”.

 

“Não Te Quero Mais é a minha história de chifre. Na época, eu sofri muito, quase entrei em depressão. Transformei algo ruim num hit. Desde então, já gravei cinco músicas e alguns clipes. Está tudo guardadinho para ir soltando aos poucos”, adianta a artista.


Em meio ao crescimento de sua carreira, ela diz que não quer “atropelar” um sonho antigo. “Ainda quero conquistar minha casa. A gente sofreu muito com aluguel. Foram tantas mudanças… hoje eu tenho uma casa maior, melhor, mas ainda é alugada. Minha família está confortável, mas eu vou lutar para conseguir comprar essa casa em breve. Acho que não vai demorar muito”, acredita.

 

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Fonte: Quem 

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