Acordo costurado por Trump com Putin previa a suspensão de ataques à infraestrutura de energia ucraniana, o que não foi cumprido
A Ucrânia e a Rússia trocaram ataques aéreos durante a noite desta terça-feira (18/03), horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter concordado em suspender temporariamente sua ofensiva a alvos de infraestrutura de energia durante uma conversa ao telefone com Donald Trump.
O presidente americano apresentou a Putin uma proposta de cessar-fogo de 30 dias já acordada com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. Putin não concordou com os termos sugeridos, e a Casa Branca informou que uma pausa mais restrita, resguardando estruturas de energia, entraria em vigor, seguida de negociações sobre uma trégua mais ampla.
Nesta quarta-feira, Zelenski acusou Putin de já ter quebrado sua promessa, afirmando que as tropas russas usaram cerca de 150 drones e seis mísseis durante a noite para atacar a Ucrânia, mirando inclusive instalações de energia, como o sistema de energia da rede ferroviária estatal na região de Dnipropetrovsk. De acordo com autoridades ucranianas, os ataques à infraestrutura civil mataram uma pessoa e danificaram dois hospitais.
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A força aérea ucraniana disse que suas unidades de defesa aérea foram capazes de abater 72 dos 145 drones, mas não mencionou os mísseis.
O Kremlin também acusou a Ucrânia de atacar, durante a noite, uma instalação de petróleo na Rússia, dizendo que isso mostrava a “falta de vontade” da Ucrânia em chegar a um acordo – embora Kiev não tenha participado das conversas de negociação e nenhum acordo formal tenha sido assinado.
Zelenski disse na terça-feira que, embora Kiev apoiasse a pausa nos ataques a alvos de energia, ele queria saber os detalhes por trás da proposta que Trump e Putin discutiram em sua reunião bilateral.
Em uma entrevista coletiva em Helsinque, onde se encontrou com o presidente finlandês, Alexander Stubb, Zelenski afirmou que conversará por telefone nesta quarta-feira com Trump e que espera ser informado sobre os detalhes da reunião da véspera com Putin.
Ele reforçou seu pedido à comunidade internacional que aumente a pressão sobre a Rússia para forçá-la a encerrar a guerra.
“Devemos garantir que não sejam apenas palavras de Putin, porque ele deu a ordem de não atacar o setor energético e violou essa mesma ordem”, declarou Zelenski. Ele defendeu que os Estados Unidos monitorem o cumprimento da trégua parcial proposta pela Rússia quando ela entrar em vigor.
Zelenki também afirmou que a Ucrânia apresentará uma lista de alvos energéticos e civis que devem ser incluídos no cessar-fogo parcial. “Se os russos não atacarem nossa infraestrutura, não atacaremos a deles”, garantiu.
O presidente ucraniano também criticou Putin por querer “enfraquecer” a Ucrânia com a exigência de que os EUA suspendam todo o fornecimento de armas e inteligência ao seu país, conforme foi dito pelo Kremlin.
O presidente ucraniano também reafirmou que o cessar-fogo proposto pelos EUA é um primeiro passo “correto” para acabar com a guerra, mas insistiu que não reconhecerá nenhum território ucraniano ocupado pela Rússia.
“Para nós, a linha vermelha é o reconhecimento de territórios temporariamente ocupados como parte da Rússia. Não faremos isso”, assegurou Zelenski.
A Rússia realizou uma troca de prisioneiros com a Ucrânia, finalizada durante a ligação telefônica entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin na terça, informou o Ministério da Defesa russa nesta quarta.
Em comunicado, ele informou que 175 soldados ucranianos foram trocados por 175 militares russos.
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Moscou entregou mais 22 prisioneiros ucranianos gravemente feridos que precisavam de cuidados médicos urgentes. Os Emirados Árabes Unidos mediaram o acordo.
Fonte: Metrópoles