A Procuradoria-Geral da Rússia anunciou nesta segunda-feira que classificou a ONG Anistia Internacional como uma “organização indesejável” e proibiu suas atividades no país.

A decisão foi tomada sob justificativa de que a instituição apoia a Ucrânia na guerra contra as forças russas — uma acusação que não é novidade. No passado, a Rússia já declarou ilegais dezenas de organizações como parte de sua campanha de repressão contra a dissidência e as críticas, intensificada após o início da ofensiva militar, em fevereiro de 2022.

“A sede da Anistia Internacional em Londres é um centro de elaboração de planos russofóbicos em escala mundial, financiados pelos cúmplices do regime de Kiev”, afirmou o procurador-geral russo em comunicado.

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A Procuradoria alegou que a ONG “fez tudo o que pôde para intensificar o confronto militar na região, justificando os crimes dos neonazistas ucranianos, pedindo mais financiamento para eles e apoiando o isolamento político e econômico” da Rússia.

Quando decidiu lançar a maior invasão terrestre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, há três anos, o presidente russo, Vladimir Putin, disse estar “sem opções” para defender o país e prometeu impor a “desmilitarização e desnazificação” da Ucrânia.

O governo ucraniano, uma ampla gama de países ocidentais e especialistas independentes, no entanto, rejeitam as alegações de Moscou, classificando tais declarações como “propaganda infundada” do Kremlin.

A Rússia rotineiramente classifica como “indesejáveis” organizações que, segundo o governo, minam sua segurança nacional. Essa designação implica penas de até cinco anos de prisão para cidadãos russos que trabalhem com ou financiem os grupos proibidos, publicou a agência Reuters.

Organizações anteriormente banidas como indesejáveis incluem a emissora financiada pelo governo dos Estados Unidos RFE/RL e a organização ambiental internacional Greenpeace.

Fundada em 1961 e com sede em Londres, a Anistia Internacional faz campanhas pelos direitos humanos em todo o mundo. Em seu site, a organização classifica a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia como uma “guerra de agressão”.

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Além disso, a ONG denuncia que na Rússia “os direitos à liberdade de expressão, de reunião pacífica e de associação estão severamente restritos” e afirma que há uma “perseguição arbitrária” a grupos religiosos ou LGBTQIA+, entre outros. 

Fonte: O Globo