Sérgio Moro não pode continuar servindo de babá de ladrão, afirma sociólogo Lúcio Carril em artigo escrito para o 'PORTAL DO ZACARIAS'

*Por Lúcio Carril - Tenho visto muitas mães que ao saber do malfeito do filho o entrega à Justiça, para responder por seu erro. É uma decisão dura, mas que caracteriza bem a ética do povo trabalhador, seja ele um operário ou uma doméstica, esta guerreira que trabalha em casa e cuida dos filhos.

Fui criado assim, sob esse amparo da honestidade e de não mexer no alheio. Foi com esta ética que fui secretário de Estado e permaneço com minha vida simples, pois só vivi do meu salário, como vivo até hoje. Isto é uma honra pra mim, para minhas filhas e para meus amigos e amigas, plêiade na qual que incluo meu irmão.

Pois bem. Faço este prelúdio para mensurar a responsabilidade que um chefe de Estado tem que ter com o valores éticos e morais da sociedade. É preciso ter a dureza ética da mãe que leva o filho até o delegado para assumir seu ato infame ou se tornar cúmplice do crime do filho, insistindo na criação errada ou no mau exemplo dado.

Bolsonaro, enquanto presidente do Brasil, tem a obrigação de não interferir nas investigações sobre o crime de seu filho Flávio. É o mínimo que ele pode fazer, já que não pode apagar o legado deixado. Errou como pai ao construir uma família de rapazes doentes psicologicamente e de péssimo caráter, mas não pode falhar com o povo brasileiro, que trabalha para sobreviver, sem roubar .

É preciso que Sérgio Moro seja deixado sentado na sua cadeira, sem ser convocado para jogar a sujeira pra debaixo do tapete, função que vem exercendo com zelo e cinismo. Ministro da Justiça não é para servir de babá de filho bandido de presidente.

Bolsonaro deve isso à nação.

*Lúcio Carril é sociólogo e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.