19 de Maio de 2024 - Ano 10
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09/04/2024

Seis meses de guerra em Gaza: as profundas divisões que afastam cada vez mais a paz do Oriente Médio

Foto: Reprodução

A rivalidade entre Irã e Israel se tornou uma das principais fontes de instabilidade no Oriente Médio

Seis meses depois dos ataques do Hamas a Israel, guerra, doenças, fome e mortes fazem parte da devastação sofrida pelos palestinos em Gaza. Já Israel é hoje um país profundamente dividido e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, tenta com dificuldade manter sua promessa de vitória total na guerra.Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, passaram a discordar da forma como este país está tocando a guerra.

 

Com o Irã jurando vingança pelo assassinato por Israel de um importante general iraniano na Síria, e após meses de tensão na fronteira entre Israel e Líbano, onde o Hezbollah atua com apoio do Irã, o risco de uma guerra generalizada no Oriente Médio está aumentando. De acordo com a instituição Save the Children, 13,8 mil crianças palestinas foram mortas em Gaza e mais de 12 mil ficaram feridas. A Unicef relata que mil crianças tiveram uma ou duas pernas amputadas.

 

Mais de 1,2 mil israelenses, a maioria civis, foram mortos pelo ataque do Hamas em 7 de outubro, e 253 pessoas foram levadas pra Gaza como reféns. Israel diz que 130 reféns ainda estão em cativeiro e ao menos 34 estão mortos.

 

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Uma equipe das Nações Unidas relatou em março ter informações confiáveis de que os reféns foram alvo de violência sexual, incluindo "estupro, tortura sexual e tratamento cruel, desumano e degradante".

 

A equipe também disse que há indícios suficientes para acreditar que a violência contra os reféns continua.O kibutz Nir Oz fica bem na fronteira de Israel com Gaza.Ele parece uma cápsula do tempo ainda presa aos horrores de 7 de outubro de 2023. Naquela manhã, logo após o amanhecer, o Hamas rompeu os muros e entrou no local.

 

Até o Exército israelense chegar, no início da tarde, um quarto dos cerca de 400 israelenses que viviam ali foram ou mortos pelo Hamas ou levados como reféns.

 

Casa queimada; no entanto, é possível ver fileira com 6 bandeiras de Israel bem preservadas

 

Ron Bahat, um homem com cerca de 50 anos que cresceu no Nir Oz, mostra como o local está hoje. Ele e sua família sobreviveram por sorte e por conseguir segurar a porta do quarto do pânico quando o Hamas entrou em sua casa.

 

A BBC caminhou por fileiras de pequenas casas, com jardins que hoje estão crescendo sem cuidados. Muitas exibem buracos de bala ou estãoqueimadas. Outras não foram tocadas desde que os corpos dos mortos foram encontrados e retirados dali.

 

Ron aponta as casas de amigos e vizinhos que foram mortos e sequestrados. Em uma casa bastante danificada, uma pilha de roupas infantis cuidadosamente passadas havia de alguma forma sobrevivido ao fogo. Já a família que morava ali não sobreviveu.

 

Uma ironia triste é que o Nir Oz é parte de um movimento de esquerda que historicamente defende a paz com os palestinos.Seis meses depois do ataque do Hamas, Ron não está disposto a fazer quaisquer concessões ao Hamas.

 

Agasalhos e mochila queimados

Fotos: Reprodução

 

"Olha, eu desejo que haja um líder que leve alguma prosperidade [a Gaza], porque no fim nós precisamos ter paz", diz ele."Mas qualquer um que apoie o Hamas é um inimigo. No momento em que eles largarem as armas, a guerra acaba. No momento em que Israel largar as armas, nós deixamos de existir. Essa é a diferença.

 

"Em Nir Oz, cacos de vidro ainda quebram sob os sapatos e casas destruídas têm cheiro de plástico e madeira queimados. Não há ninguém ali para limpar.Alguns dos moradores que sobreviveram até voltaram para visitas rápidas, mas a maioria se mantém à distância, vivendo em hotéis mais para dentro de Israel.A jovem Yamit Avital voltou para mostrar o local a um amigo por algumas horas.

 

Naquela manhã de outubro, ela estava em Tel Aviv. Seu marido estava em casa e conseguir fugir com as crianças. O irmão dele, que morava perto, foi morto.

 

As mãos de Yamit tremiam levemente enquanto ela falava sobre a possibilidade de voltar a morar em Nir Oz."Eu não sei, é muito cedo... Talvez a gente possa começar a pensar sobre isso quando os reféns voltarem. Não conseguimos pensar sobre isso agora", diz ela.

 

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Não há quem possa mostrar à BBC as ruínas de Khan Younis ou da Cidade de Gaza, ou as barracas dos 1,4 milhão de civis desalojados em Rafah, da mesma forma como Ron Bahat mostrou o kibutz de Nir Oz.Isso porque jornalistas internacionais não podem entrar em Gaza, já que Israel e o Egito, que têm controle das fronteiras, não o permitem.A única exceção são viagens organizadas pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) — somente a convite e altamente supervisionadas. 

 

Fonte: O Globo

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