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13/11/2023

Sem combustível, agência da ONU para a Palestina anuncia suspensão das atividades dentro de 48h em Gaza

Foto: Reprodução

Agência lamenta a morte de mais de 100 funcionários desde o início do conflito; em luto, escritórios da ONU baixaram suas bandeiras a meio mastro

A crise humanitária na Faixa de Gaza tem se intensificado em um ritmo veloz — e impactado até aqueles que trabalham para atenuá-la. A Agência da ONU para a Palestina (UNRWA) afirmou nesta segunda-feira que encerrará suas atividades no enclave palestino em 48h devido à falta de combustível.

 

O anúncio ocorre em meio ao luto experimentado pela organização. Ao redor do mundo, escritórios da ONU baixaram suas bandeiras a meio mastro e respeitaram um minuto de silêncio em homenagem aos mais de 100 funcionários mortos desde o início do conflito.


O comunicado sobre a suspensão das operações foi feito pelo diretor da UNRWA em Gaza, Thomas White, através de uma publicação na rede social X (antigo Twitter). Apesar de receber ajuda humanitária diariamente — um valor insuficiente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) —, a região não recebe o produto desde o início da guerra, o que afeta padarias, ambulâncias, usinas dessalinizadoras e grandes hospitais.

  

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"A operação humanitária em Gaza será paralisada nas próximas 48 horas, pois não se permite a entrada de combustível em Gaza", escreveu White.

 

Além da declaração, o diretor fez outros apelos nas redes. Ele contou que dois dos principais fornecedores de água da organização suspenderam suas atividades devido à falta de combustível. Em um outro post, disse que Gaza vive um dilema entre escolher usar o combustível em hospitais ou para produção de água potável, lamentando: “Infelizmente, isso não é uma situação hipotética”.

 

White afirmou ainda que mesmo um reservatório ao qual tinham acesso, na fronteira entre o enclave e o Egito, cedido após intensas negociações com o governo israelense, está vazio. No fim de outubro, a agência já havia alertado que, pela primeira vez em mais de 70 anos, seria obrigada a interromper o seu trabalho no enclave devido à falta de combustível.

 

A paralisação das atividades da UNRWA poderia significar um agravo sem precedentes na situação humanitária em Gaza. Sob controle terrestre, marítimo e aéreo severo de Israel desde 2007, o enclave tornou-se altamente dependente da ajuda de organizações internacionais. A agência, criada em 1949 pela Assembleia Geral da ONU, abriga por exemplo um quarto dos mais de 2 milhões de habitantes da região e emprega 30 mil pessoas em seus escritórios, a grande maioria refugiados palestinos.

 

Israel concordou, após um acordo mediado pelos Estados Unidos, com a entrada de pequenas quantidades de ajuda humanitária em Gaza, mas continua impedindo a entrada de combustível sob a justificativa de que seria explorado pelo Hamas para fabricar armas e explosivos. Sem combustível, hospitais têm sua capacidade reduzida, a circualção de ambulâncias fica prejudicada, a produção de água potável é suspensa e até padarias podem fechar as portas.

 

Neste domingo, as Forças Armadas israelenses (IDF, na sigla em inglês) afirmaram terem tentado enviar 300 litros de combustível para o maior e principal hospital de Gaza, o Hospital al-Shifa, que está vivendo uma situação caótica. A oferta teria sido negada pelo Hamas, que controla Gaza desde 2007, segundo o país. A acusação foi rebatida pelo diretor do al-Shifa, Mohammad Abu Salmiya, que classificou as alegações israelenses como mentirosas e disse a jornalistas que os 300 litros supostamente oferecidos teriam capacidade de alimentar os geradores por "não mais do que um quarto de hora".

 

Em meio ao anúncio da paralisação das atividades, a UNRWA lamenta os mais de 100 colegas mortos desde o início do conflito, no dia 7 de outubro. Em todo o mundo, nesta segunda-feira, os escritórios da ONU baixaram suas bandeiras a meio mastro em sinal de luto e respeitaram um minuto de silêncio em homenagem a seus trabalhadores mortos em Gaza durante o conflito entre Israel e Hamas. Em Genebra, a segunda maior sede da organização depois da de Nova York, a bandeira da ONU foi colocada a meio mastro e as dos países-membros foram retiradas em sinal de luto.

 

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu também que as delegações da organização no mundo inteiro respeitassem um minuto de silêncio às 9h30 (horário local de cada país). No início do mês, quando a agência já havia contabilizado 70 perdas no seu quadro de funcionários, o número foi descrito como “o maior num conflito em tão pouco tempo”. 

 

Fonte: O Globo

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