Senador Plínio Valério
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) cobrou explicações sobre um caso de conflito de interesses no Ministério do Meio Ambiente. O parlamentar amazonense denunciou que o empresário Roberto Capobianco, irmão de João Paulo Capobianco — secretário-executivo da pasta e braço direito da ministra Marina Silva — venceu uma licitação milionária para explorar as atividades turísticas no Parque Nacional de Jericoacoara, no Ceará, um dos principais destinos turísticos do país.
A concessão, autorizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), prevê investimentos de R$ 116 milhões em obras de infraestrutura e o direito de exploração do polo turístico por 30 anos. O ICMBio é vinculado justamente à secretaria comandada por João Paulo Capobianco, o que, segundo Plínio, torna o caso ainda mais grave.
“É o irmão do número 2 do ministério, o Capobianco, aquele que nos recebe de nariz empinado, como se estivesse nos fazendo um favor. Agora vemos a família dele faturando bilhões com um contrato de 30 anos para explorar a joia do turismo no Nordeste, em uma área controlada pelo ICMBio. Queremos saber como foi feita essa licitação e de que forma se deu esse processo”, afirmou Plínio Valério.
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O senador anunciou que pretende convocar tanto João Paulo Capobianco quanto o presidente do ICMBio, Mauro Pires, para prestarem esclarecimentos no Senado sobre a operação.
Plínio Valério também lembrou que a Construcap esteve envolvida em escândalos anteriores. A empresa foi investigada na Operação Abismo, 31ª fase da Lava Jato, e os irmãos Roberto e Eduardo Capobianco chegaram a ser presos em 2016 por suspeita de pagamento de R$ 39 milhões em propina em contratos com a Petrobras.
“É preciso passar isso a limpo. O ICMBio, que tem histórico de expulsar pequenos produtores de suas terras para criar reservas ambientais, agora entrega um contrato milionário para a família do número 2 do ministério”, disse.
O senador afirmou que a situação em Jericoacoara é mais um capítulo da hipocrisia ambientalista que, segundo ele, prejudica os pequenos e favorece os grandes.
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“O que vimos na CPI das ONGs já foi assustador, e esse caso confirma o padrão. Querem que a gente ache isso normal? Um contrato milionário dado pelo ICMBio, ligado diretamente ao irmão do vencedor da licitação? Isso precisa ser investigado”, concluiu Plínio Valério.