07 de Maio de 2024 - Ano 10
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04/07/2020

Sites vendem trabalhos acadêmicos por até R$ 12 mil

Foto: Hélvio Romero

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Além do plágio acadêmico, que consiste em reproduzir total ou parcialmente uma obra (texto, áudio, imagem) sem permissão do autor nem com o devido crédito, outras práticas antiéticas englobam falsificar, manipular ou criar dados e fontes de pesquisa e mentir sobre titulações, declarações e obtenção de diplomas. Inconsistências ou mesmo invenções no currículo também fazem parte dessa postura enganosa.

 

Mas o que leva alguém a ter condutas fraudulentas? “Na graduação, essa prática pode acontecer pela falta de domínio das metodologias”, aponta François Ramos. “A própria falta de preparação dentro do ambiente universitário faz com que 95% dos trabalhos tenham algum tipo de plágio." Mas isso não ocorre só entre os mais leigos. Ele e demais fontes consultadas pelo Estadão afirmam que a pressão por alta produtividade acadêmica é outro fator que pode levar docentes e pesquisadores a recorrerem a posturas incorretas.

 

E é na internet que se pode encontrar um vasto, porém raso, serviço de “conteúdos acadêmicos” que facilitam a vida de quem quer fraudar pesquisas. A reportagem consultou um site que vende monografias sobre os mais diversos temas com a “garantia de total exclusividade”, além de indicar que se tratam de “textos para apoio acadêmico”.

 

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Outra plataforma cria, a partir de um tema qualquer, textos longos e aparentemente bem escritos, mas que na verdade apenas fazem uso de palavras rebuscadas e desconexas. Ramos indica que esse mercado lucra: os valores podem chegar a R$ 12 mil para uma tese de doutorado e R$ 8 mil para uma dissertação do mestrado.

 

No caso dos currículos, Marilia Mendes Ferreira, especialista em plágio da USP, diz que “é muito fácil maquiar” o documento, independentemente de ser ou não na Plataforma Lattes. Essa base de dados é muito comum entre acadêmicos e tem quase 7 milhões de currículos cadastrados, preenchidos pelos próprios usuários e não passam por uma verificação. Ao compor o formulário, embora a pessoa declare que as informações ali são verdadeiras, isso não impede que sejam inventadas.

 

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Em nota, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia responsável pela plataforma, informou que “já está trabalhando em iniciativas que irão trazer mais robustez às informações”.

 

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Em caso de denúncia contra algum usuário, o órgão encaminha o caso para a Comissão de Integridade na Atividade Científica. “Se constatado erros, a pessoa pode ser notificada a corrigir o CV Lattes. Caso o usuário tenha sido beneficiado em alguma concessão do CNPq a partir de falsas informações, o CNPq poderá solicitar o ressarcimento aos cofres públicos dos recursos investidos, com a devida correção”, diz.

 

Estadão

 

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