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26/03/2021

Sob as vistas do presidente Jair Bolsonaro, Distrito Federal vive o colapso sanitário

Foto: Reprodução

Crise no sistema de saúde do Distrito Federal: Hospital Regional da Asa Norte transfere pacientes com Covid-19 intubados para outras unidades

Sob as vistas do presidente Jair Bolsonaro, o Distrito Federal, onde fica a capital do país, também vive o colapso sanitário causado pela Covid-19. No meio da tarde de quinta-feira, segundo a secretaria de Saúde, 364 pessoas aguardavam um leito de UTI. Com o agravamento da pandemia, o DF tem visto o número de mortes crescer neste mês: em março, até esta quinta-feira, eram 772 óbitos, antes 284 em fevereiro e 295 em janeiro. Desde o início da pandemia, a unidade da federação já registrou 5.610 mortes.

 

O drama também se materializa por meio dos números de sepultamentos. De acordo com a concessionária Campo da Esperança, que é responsável pelos cemitérios do Distrito Federal, entre o dia 1° de março e o dia 24, quarta-feira, houve 1.401 sepultamentos no Distrito Federal, dos quais 508 eram de vítimas suspeitas e confirmadas da covid-19. O número de enterros de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 em março é quase três vezes maior do que o registrado em fevereiro, quando 129 possíveis vítimas da doença foram sepultadas nos cemitérios do DF.

 

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Em meio ao atendimento dos pacientes, profissionais de saúde denunciam falta de equipamentos de proteção individual (EPI), superlotação das unidades e falta de pessoal capacitado para atendimento intensivo. No Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), que é referência para o tratamento de Covid-19 na capital, a recepção da emergência foi transformada com leitos de enfermaria para receber pacientes que precisam de oxigênio e soro.

 

— Não só os médicos relatam como eu estou visitando hospitais e constatando. A capacidade instalada de atendimento esgotou. Temos hoje 100% da capacidade de vagas para UTI na rede pública esgotada. A rede privada está em torno de 99%, também em colapso. Os hospitais não tem vaga de enfermaria, em pronto socorro. Os pacientes estão sendo acomodados até dentro de banheiro. É uma situação dramática. Pacientes sendo atendidos nas unidades de pronto atendimento (UPA), porque não tem onde colocar— relatou o presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho.

 

Fialho criticou o fato de governos terem desmobilizado a estrutura montada para Covid-19 no ano passado, como o Hospital de Campanha Mané Garrincha, que foi desativado em outubro do ano passado. Há duas semanas, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB ) afirmou que os leitos do hospital Mané Garrincha não eram de UTI, mas sim de enfermaria, e que parte deles foram aproveitados na rede pública. Segundo ele, "sempre teve um prazo estipulado para ser fechado".

 

— Temos um aumento do número de óbitos evitáveis. Hospitais já não têm espaço para colocar cadáver e temos a iminência de começar a fase sazonal da dengue que é outro problema sério. O quadro é terrível — afirmou Fialho.

 

A concessionária que cuida dos cemitérios no Distrito Federal afirma que até o momento não houve falta de jazigos. A Associação de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif) diz que, no momento, não há risco de colapso funerário, mas afirma que está em alerta devido ao agravamento da pandemia.

 

—O Distrito Federal teve 18.353 óbitos no ano passado. Se pegarmos 2019, o DF teve 14.974 óbitos. O DF teve um aumento de cerca de 20% no número de óbitos, além da média do Brasil de 15%. Então, é claro que isso preocupa — afirmou Lourival Panhozzi, presidente da Abredif, dizendo ainda que até o momento o setor tem conseguido suportar a demanda.

 

Para tentar conter a pandemia, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB ), prorrogou até o dia 28 de março as medidas restritivas. Entre elas, está o toque de recolher de 22h à 5h, que chegou a ser alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro e de uma ação dele no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar o decreto estadual. O pedido, no entanto, foi negado pelo ministro Marco Aurélio Mello.

 

As medidas de restrição do DF preveem ainda o fechamento de academias, bares, restaurantes, shoppings, entre outros estabelecimentos. Supermercados e mercearias devem obedecer o toque de recolher e fechar as portas até 22h. Para o presidente do SindMédico- DF, no entanto, as medidas não são suficientes para conter a pandemia porque não foram implementadas da maneira correta.

 

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— Não existe meio lockdown. Ou fecha ou não fecha. A grande crítica que faço aqui é que nunca tivemos um lockdown em sua plenitude e esse lockdown incompleto faz agravar mais ainda a crise, porque não resolve o problema e fica só adiando e estendendo a crise. Afeta mentalmente o cidadão, sobrecarrega e leva os profissionais de saúde à exaustão, com síndrome de Burnout, absenteísmo elevado, ansiedade e depressão; e faz com que o comércio e o setor produtivo se sintam mais precarizados — argumentou.

 

Fonte: Extra

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