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05/09/2022

Somália está à beira da fome, adverte agência da ONU em 'último alerta'

Foto: Reprodução

País, um dos mais pobres do mundo, tem quase metade da população afetada por seca prolongada.

A Somália está à beira da fome, advertiu nesta segunda-feira (5) o diretor da agência humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU). A ONU disse que este é um "último alerta" antes que aconteça uma catástrofe no país, que fica na região do chifre da África, afetada por uma seca histórica.

 

"A fome está à porta e estamos recebendo um alerta final", afirmou o diretor do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU, Martin Griffiths, em uma entrevista na capital somali, Mogadíscio.

 

Os últimos dados "mostram indicações concretas de que a fome atingirá as regiões de Baidoa e Burhakaba, no centro-sul da Somália, entre outubro e dezembro", disse Griffiths.

 

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Griffiths se declarou "profundamente chocado com o nível de dor e sofrimento que tantos somalis suportam".

 

Ele afirmou que viu "crianças tão desnutridas que mal conseguiam falar" durante sua visita a Baidoa, "epicentro" da catástrofe iminente.

 

As condições extremas podem prosseguir ao menos até março de 2023.

 

Em todo o país, 7,8 milhões de pessoas - ou seja, quase metade da população - foram afetadas pela seca histórica. Um total de 213.000 moradores do país estão diante de grande risco de fome, de acordo com a ONU.

 

A fome a a sede obrigaram um milhão de pessoas a abandonar suas casas desde 2021.

 

"Nossos piores temores para a Somália são agora uma realidade: a fome é iminente se os fundos não chegarem imediatamente", disse o diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos, David Beasley, no Twitter.

 

"O mundo deve agir agora", acrescentou.

 

O país, cenário há 15 anos da violenta insurreição dos islamitas radicais shabab, enfrenta a terceira seca em uma década.

 

Crianças em campo para refugiados internos na região do Gedo, na Somália, em maio de 2022. — Foto: Feisal Omar/ Reuters

Crianças em campo para refugiados internos na região do Gedo, na

Somália, em maio de 2022. (Foto: Feisal Omar/ Reuters)

 

QUATRO TEMPORADAS DE CHUVAS INSUFICIENTES


Griffiths afirmou que a atual situação na Somália é pior que durante a fome de 2011, que provocou quase 260.000 mortes, mais da metade delas de crianças com menos de seis anos.

 

Em 2017, um novo desastre foi evitado graças à mobilização precoce da comunidade internacional.

 

A seca atual é resultado de quatro temporadas seguidas com chuvas insuficientes desde o fim de 2020, uma situação que não foi registrada nas últimas quatro décadas.


A Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da ONU, advertiu que no fim de agosto que há muitas probabilidades de que a próxima temporada, entre outubro e novembro, tampouco seja suficiente.

 

A seca dizimou os rebanhos, cruciais para a sobrevivência de uma população majoritariamente dedicada ao gado, e os plantações, que foram cultivos, que foram atingidas por uma invasão de gafanhotos no Chifre da África entre o final de 2019 e 2021.

 

As consequências da pandemia de covid-19 (confinamento, comércio limitado, etc) tornaram ainda mais precárias a vida de muitos somalis.

 

E nos últimos meses, a invasão russa da Ucrânia teve consequências dramáticas para o país, cujo abastecimento de grãos depende em 90% destes dois países.

 

O envio de ajuda é impossível para as amplas zonas rurais controladas pelos Al Shabab, islamitas radicais vinculados à rede terrorista Al-Qaeda que lutam há 15 anos contra o governo federal.

 

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Diante da multiplicação de emergências humanitárias (Iêmen, Afeganistão, Ucrânia, entre outros), os vários apelos feitos por ONGs e pelas agências da ONU para evitar uma tragédia - na Somália e em todo Chifre da África (Etiópia, Quênia) - tiveram pouca repercussão. 

 

Fonte: G1

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