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07/03/2024

Suécia entra oficialmente na Otan; saiba o que muda

Foto: Reprodução

Oficialização ocorre depois de Hungria aprovar a entrada do país na organização militar. O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, entregou a documentação final ao governo dos Estados Unidos nesta quinta, última etapa no processo de admissão na Aliança

A Suécia entrou nesta quinta-feira (7) na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

 

A medida ocorre uma semana depois de o parlamento húngaro ter aprovado com 188 votos a favor e seis contra a entrada da Suécia —após adiar a decisão por mais de 18 meses. Para ingressar na Otan, era preciso a aprovação de todos os integrantes da organização.

 

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, entregou a documentação final ao governo dos Estados Unidos nesta quinta, última etapa no processo de admissão na aliança militar. Veja mais abaixo o que muda com a entrada da Suécia na Otan.

 

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"Hoje é um dia verdadeiramente histórico. A Suécia agora é membro da Otan. A Suécia é um país mais seguro hoje do que éramos ontem. Temos aliados. Temos apoio", disse Kristersson. "Defenderemos a liberdade junto com os países mais próximos de nós - em termos geográficos, culturais e de valores", completou.


O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que "tudo mudou" após a invasão da Rússia à Ucrânia, citando pesquisas que mostram uma mudança expressiva na opinião pública sueca sobre o ingresso do país na Otan. Blinken recebeu em mãos os documentos do primeiro-ministro sueco.

 

"Os suecos perceberam algo muito profundo: que se Putin estiver disposto a tentar apagar um vizinho do mapa, então ele poderia muito bem não parar por aí", disse Blinken.


O presidente dos EUA, Joe Biden, também comemorou a entrada da Suécia na aliança, que "tornou a Otan mais unida, determinada e dinâmica do que nunca".

 

Em comunicado, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que "a adesão da Suécia torna a Otan mais forte, a Suécia mais segura e toda a aliança mais segura".

 

Com a Suécia participando da Otan, toda a costa do Mar Báltico fará parte do território da aliança – com exceção da costa da Rússia e Kaliningrado. Ou seja, no caso de um ataque russo, por exemplo, seria mais fácil defender os países bálticos.


O Mar Báltico também é estratégico do ponto de vista comercial: é uma rota de acesso marítimo aos portos de São Petersburgo e Kaliningrado, ambos na Rússia.

 

Em 2023, um porta-voz da Rússia disse que a entrada da Suécia na aliança, na ocasião ainda uma possibilidade, traria consequências "negativas", e que Moscou responderia com medidas "antecipadas" e "planejadas".

 

Além disso, o exército sueco e todo equipamento militar do país também vão pertencer à Otan.

 

Apesar do país ser pequeno – ter uma força militar de aproximadamente 50 mil pessoas (sendo metade reservista) –, Simon Koschut, que ocupa a cadeira de política de segurança internacional na Universidade Zeppelin em Friedrichshafen, na Alemanha, afirmou à agência DW que "os suecos têm um exército muito moderno, em particular uma força aérea moderna de fabricação própria".

 

O país também é conhecido por sua potência marítima com submarinos. Tanto que já participaram de algumas missões da Otan, como no Afeganistão. Segundo o especialista, a localização geográfica do país é a principal razão pela qual a adesão da Suécia à Otan seria tão atraente.
Os suecos se comprometeram ainda a aumentar os gastos com defesa para atingir a meta da Otan de 2% do produto interno bruto.

 

Vale lembrar que a Suécia manteve-se fora de alianças militares durante mais de 200 anos e por muito tempo descartou a possibilidade de aderir à Otan. Mas, quando começou o conflito entre Ucrânia e Rússia, em fevereiro de 2022, o país decidiu pleitear a entrada na aliança.

 

Dessa forma, com o ingresso na organização, a grande mudança está relacionada ao Artigo 5 do tratado da Otan, que diz que um ataque armado contra um país da organização é considerado um ataque contra todos. Quando isso acontece, a aliança militar se compromete a prestar assistência.

 

Outra vantagem é que os suecos seriam membros plenos do Conselho da Otan, o principal órgão de decisão da aliança, e teriam direito de veto —como a Hungria, que segurou até então a entrada do país na organização.


Porém, Deborah Solomon, da Sociedade Sueca de Paz e Arbitragem, em entrevista à BBC, afirmou que o país pode perder a figura de pacificador e de liderança na luta pelo desarmamento nuclear. Isso porque os Estados Unidos, por exemplo, pressionaram diversos integrantes da organização para não participarem das negociações de desarmamento da ONU em 2019.

 

A Otan (sigla que significa Organização do Tratado do Atlântico Norte) é uma aliança formada por 32 países, incluindo EUA, Canadá, Reino Unido e França.

 

A organização foi criada em 1949, no período da chamada Guerra Fria, sob a liderança dos EUA em oposição à extinta União Soviética. Durante a Guerra Fria, os países ligados aos EUA pertenciam à Otan, e a União Soviética tinha uma aliança nos mesmos moldes, o Pacto de Varsóvia.

 

Após a dissolução do bloco comunista, em 1991, muitos dos países que pertenceram ao Pacto de Varsóvia entraram na Otan – é o caso inclusive da Polônia, cuja capital, Varsóvia, dava nome à antiga aliança.

 

Desde então, a Otan passou a atuar, sobretudo, como uma aliança que zela pelos interesses econômicos dos membros, com algumas exceções, como, por exemplo, quando agiu diretamente na Líbia, no conflito que derrubou o ditador Muammar Gaddafi.

 

Veja a lista de integrantes da Otan:

 

Albânia (2009)


Alemanha (1955)


Bélgica (1949)


Bulgária (2004)


Canadá (1949)


República Checa (1999)


Croácia (2009)


Dinamarca (1949)


Eslováquia (2004)


Eslovênia (2004)


Espanha (1982)


Estados Unidos (1949)


Estônia (2004)


Finlândia (2023)


França (1949)


Grécia (1952)


Holanda (1949)


Hungria (1999)


Islândia (1949)


Itália (1949)


Letônia (2004)


Lituânia (2004)


Luxemburgo (1949)


Macedônia do Norte (2020)


Montenegro (2017)


Noruega (1949)


Polônia (1999)


Portugal (1949)


Reino Unido (1949)


Romênia (2004)

 

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Turquia (1952) 

 

Fonte: O Globo

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