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26/12/2022

Surfista que fugiu de casa aos 7 anos e morou nas ruas usa o esporte para 'sobreviver'

Foto: Reprodução

José Francisco da Silva Neto, o Fininho, se tornou campeão catarinense de surfe na última semana e carrega consigo uma história de riscos sociais superados e de sucesso em cima da prancha

Com quantas e quais dificuldades se forja um atleta campeão? Deveriam ser muitas. Mas todas limitadas ao difícil exercício de superar os limites pessoais, técnicos, esportivos e as performances dos adversários. Mas a realidade brasileira e, consequentemente, do atleta brasileiro muitas vezes é bem diferente. É o caso de José Francisco da Silva Neto, o Fininho.

 

Fininho é mais um Silva, um José e um Francisco brasileiro, mas que nasceu com o dom de andar nas águas. Com uma prancha. Atualmente, aos 27 anos, é um dos principais nomes do surfe de Santa Catarina.

 

Na última etapa do Circuito Catarinense, na última terça-feira, na Praia do Matadeiro, em Florianópolis, na categoria profissional, Fininho só precisava chegar à semifinal para levantar a taça da temporada. E foi o que aconteceu. Mas que foi coroada também com o título da etapa.

 

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— Estou amarradão. Mais um título aí para o currículo. Feliz. A ficha nem caiu ainda. O circuito está em um nível bem alto. O surfe faz coisas na vida da gente, faz diferença. Comigo não foi diferente. Tenho uma história de muita superação com o surfe. Essa conexão é animal — comentou.

 

FUGA DE CASA: LIBERDADE E CÁRCERE SOCIAL

 

Valdir Silva, Fininho — Foto: Reprodução / TV Cabo Branco

 

Natural de João Pessoa, Fininho começou a conviver com mazelas sociais que atingem jovens pretos do país desde cedo. Em casa, apanhava bastante dos pais e já convivia, na pele, com a dor da violência familiar por conta do álcool. Cansado disso, viu na fuga de casa um horizonte de mínima liberdade. Com apenas 7 anos, foi embora do que deveria ser seu lar e levou consigo um irmão ainda mais novo.

 

Na rua, claro, Fininho também viveria o cárcere social. Viu que não era tão livre e passou a depender de ajudas, pedir moeda e comida nas ruas de Cabedelo, na Região Metropolitana da capital da Paraíba. Com poucas oportunidades, o caminho de Fininho não era dos mais promissores. Mas ele tinha um dom. E contou com a sorte de encontrar pessoas que enxergaram nele um jovem que poderia encontrar a felicidade.

 

Fininho encontrou a liberdade no mar. Nas ondas do Mar do Macaco, em Cabedelo. Viu que ali poderia ser quem quisesse e voar pelas águas. E assim começou uma carreira que cada vez mais se solidifica no esporte.

 

— Eu conheci o surfe com 9 anos anos de idade. Nessa época, eu morava na rua com meu irmão mais novo. E aí o surfe apareceu e me resgatou das ruas. Eu comecei a competir com 10 anos de idade, gosto muito da sensação do desafio de uma bateria.

 

Valdir foi quem primeiro deu um lar a Fininho, que sempre pedia comida e dinheiro a ele, em seu bar, em Cabedelo, onde o garoto passou um tempo morando. Foi quando Fininho conheceu o surfe, e mais pessoas, assim como Valdir, perceberam que ali estava um talento do esporte.

 

Fininho dando os primeiros passos e pegando as primeiras ondas em campeonato no surfe — Foto: Divulgação

Fotos: Reprodução

 

Os biólogos Douglas e Rita Mascarenhas foram duas dessas pessoas que também estenderam a mão ao garoto que, àquela altura, não era mais do que uma promessa do esporte. Fininho morou dois anos com o casal.

 

— Foi o resultado da união de um montão de pessoas para tentar dar um futuro melhor para ele, para que ele possa realmente mostrar o talento dele para o mundo todo — resumiu Rita em entrevista de 2013.

 

Aos 18 anos, Fininho foi para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu a sua carreira no surfe. E desde 2015 disputa o Circuito Catarinense de Surfe. Representando a Paraíba e a cidade de Florianópolis, onde se instalou.

 

Foi uma infância bem difícil para mim. Eu nem sonhava em ser um surfista"

 

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— Fininho

 

Agora, aos 27 anos, consegue viver bem como profissional do surfe. Deixou para trás tudo o que sofreu, assim como deixa para trás seus adversários no mar. Sem esquecer que fazem parte de sua história, mas que é preciso seguir, voar e vencer.

 

Fonte: GE

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