18 de Maio de 2024 - Ano 10
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27/04/2023

Telegram manteve canal neonazista ativo mesmo sabendo que criador já havia se envolvido com 'incitação à violência'

Foto: Reprodução

A informação consta do inquérito que levou à suspensão do serviço no Brasil por recusa da plataforma em entregar dados de grupo do qual participava o assassino que matou uma criança e 3 professores em Aracruz (ES).

O Telegram manteve em operação um canal neonazista mesmo sabendo que o criador dele já esteve envolvido com "conteúdo que incita à violência".

 

A informação foi prestada pelo próprio Telegram à Polícia Federal (PF) em um e-mail onde a polícia pedia informações sobre os dados dos integrantes. O pedido havia sido feito no dia 10 de abril, depois que a polícia descobriu que o assassino de Aracruz fazia parte de um grupo onde havia orientações e conteúdos sobre violência em escolas.

 

Na resposta por e-mail, feita apenas no dia 19 de abril, o Telegram disse que:

 

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“Os dados privados relacionados ao usuário criador/administrador do grupo estão disponíveis excepcionalmente, pois o usuário esteve anteriormente envolvido com conteúdo envolvendo incitação à violência. Neste sentido, o Telegram reitera que uma ordem judicial válida é necessária para a divulgação dos dados pessoais existentes do usuário”, disse.


No dia da resposta negativa, o Ministério da Justiça já havia publicado uma portaria que obrigava as redes sociais a retirarem do ar conteúdos sobre violência em escolas e operações contra casos de violência. Além disso, operações da PF aconteciam com foco em adolescentes e adultos rastreados a partir de plataformas online envolvidos com incitação à violência em escolas. Alguns deles chegaram a ser detidos com materiais nazistas.

 

DADOS FORAM APAGADOS APÓS ORDEM JUDICIAL


A partir da resposta, a Inteligência da PF deu início a uma disputa judicial. No dia 20 de abril, a Justiça determinou que a empresa entregasse as informações em 24 horas, sob pena de suspensão do funcionamento do aplicativo no país.

 

No dia seguinte, 21 de abril, o Telegram entregou os dados, mas nos documentos alegou não ser mais possível rastrear o grupo porque ele havia sido apagado. Segundo a polícia, no entanto, por volta das 17h do dia 20 de abril, poucas horas antes do retorno da plataforma, o grupo ainda estava no ar.

 

Em resposta, a plataforma ainda disse à polícia que:

 

“Foi possível identificar que o grupo já foi deletado. Assim, para recuperar dados privados de seu administrador, é necessário o seu número de telefone”.

 

Segundo a Polícia Federal, o aplicativo de troca de mensagens permite que o administrador de um grupo seja oculto e que integrantes possam ocultar suas informações, incluindo o número de telefone. O pedido à plataforma foi para que entregassem os números e, a partir deles, a PF pudesse buscar o número IP e relevar a identidade, punindo o criminoso.

 

“Ora, se fosse do nosso conhecimento tais números de telefones vinculados aos integrantes e ao administrador do grupo, não necessitaríamos da presente medida judicial”, disse a polícia em resposta à plataforma para a Justiça.

 

Com a falta de informações, a Justiça suspendeu nesta quarta-feira (26) o aplicativo até a entrega dos dados sob multa de R$ 1 milhão por dia de descumprimento.

 

A reportagem do g1 acionou o aplicativo, mas não obteve retorno até a publicação.

 

Telegram é 'dark web' em aplicativo de fácil manuseio, diz PF


Segundo a PF, o Telegram permite ocultar e, assim, tornar irrastreável pessoas que articulam e cometem crimes online pelo aplicativo de mensagens.

 

No relatório à Justiça, a PF chega a citar falta de respostas em casos como de abusos sexuais infantis. Com isso, comparou a ferramenta com a ‘deep web’.

 

“O ambiente é tão seguro para ocultação das identidades dos seus usuários que o aplicativo concorre com o também preocupante ambiente proporcionado na 'dark web', porém, com o atrativo de ser um aplicativo simples e de fácil manuseio para quem não detém maiores conhecimentos de informática, o que seria necessário para a utilização da deep web”, disse a PF em trecho do inquérito.

 

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A "deep web" ("rede profunda", em tradução livre) é como é conhecida a parte da internet que não pode ser encontrada em buscadores como Google e Bing, e sim por programas que funcionam como intermediários. A parte anônima da "deep web" é a chamada "dark web" ("rede escura"), que tem desde conteúdos de ativistas políticos até criminosos virtuais. 

 

Fonte: G1

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