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13/05/2022

Tenente japonês fica 30 anos escondido no mato após fim da 2ª Guerra

Foto: Reprodução

O tenente Hiroo Onoda não sabia do fim do conflito mundial. Por isso, ficou escondido por 30 anos na selva de uma ilha das Filipinas

Durante a 2ª Guerra Mundial, os combatentes japoneses se moviam por uma ideologia em que era melhor morrer do que se render. Sendo assim, o tenente Hiroo Onoda não se deu conta de que seu país ergueu bandeira branca em 1945, e continuou numa guerra imaginária no local de sua missão: a Ilha de Lubang, nas Filipinas.

 

Os detalhes desse confronto de um só homem estão no filme épico “Onoda: 10 Mil Noites na Selva”, do diretor Arthur Harari. A obra recebeu numerosos elogios da crítica e deve estrear no Brasil em agosto deste ano.

 

Ao mesmo tempo, o longa também foi alvo de questionamentos sobre a romantização das atrocidades que Onoda fez contra a população local.

 

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UMA MISSÃO DE TRÊS DÉCADAS

 

 

A princípio, em dezembro de 1944, o tenente Hiroo Onoda foi enviado à ilha filipina de Lubang com uma missão. Em síntese, ele devia proteger a região diante da ameaça americana até o que exército japonês voltasse para lhe ajudar.

 

Por isso, ele se empenhou na tarefa de destruir pistas de pouso e cais em que embarcações do EUA pudessem se atracar. Ainda assim, a força militar americana conseguiu assumir o controle da ilha, o que forçou combatentes como Onoda a se esconderem na selva filipina.

 

Posteriormente, em 1945, o confronto mundial se encerrou com a rendição das forças nazistas alemãs, das quais o Japão era aliado. Dessa forma, bastava a Hiroo Onoda abandonar Lubang e voltar ao seu país de origem.

 

Porém, ele não acreditava nas notícias sobre o fim da 2ª Guerra Mundial, e por segurança, preferiu permanecer fora dos radares junto com outros dois companheiros. Assim ele ficou por 30 anos, alimentando-se de cascas de banana, coco e arroz que ele furtava das plantações locais.

 

CRENÇA E RETORNO PARA CASA

 

A propósito, durante a Guerra da Coreia (1950 – 1953), diversos aviões militares voavam sobre a ilha filipina. Na cabeça de Onoda, aqueles aparatos bélicos tinham origens japonesas e faziam parte de um resposta da sua nação à ofensiva americana na região.

 

De certa forma, durante esse período, o Japão não se esqueceu do tenente e de seus colegas, logo, o país enviou equipes de busca para encontrar os combatentes. Contudo, os sujeitos à procura acreditavam que aqueles funcionários japoneses eram prisioneiros a trabalho das forças americanas.

 

Em outubro de 1972, todos os companheiros de Onoda estavam mortos, mas mesmo assim, ele permaneceu nessa “guerra” por mais 18 meses. Por fim, um explorador japonês de nome Norio Suzuki conseguiu firmar um acordo com Onoda para que ele voltasse à sua terra natal.

 

NARRATIVA CONTROVERSA

 

Basicamente, todos os detalhes dessa história estão no filme de Arthur Harari. De acordo com o diretor francês, a ideia de construir o produto audiovisual veio após ler o livro jornalístico “Onoda: Sozinho na Guerra dentro da Selva – 1944-1974”, de Bernard Cendron e Gérard Chenu. Esta publicação conta com ricos detalhes trazidos pelo tenente protagonista, pela família dele, pelo explorador Norio Suzuki, e claro, pela visita dos autores a Lubang.

 

“Toda a história era fascinante. Não tem como não se impressionar com ela”, disse Harari à BBC News. Nesse sentido, o filme do francês encena os momentos sentimentais e conflituosos dos 30 anos que Hiroo Onoda passou na ilha das Filipinas. Inclusive, o ambiente da narrativa é muito bem explorado pelos criadores da trama, os quais dão destaque aos aspectos naturais do pacato lugar.

 

Fotos: Reprodução

 

Apesar da obra ganhar o prêmio César em fevereiro de 2022, a aclamação do filme tem vozes divergentes. Sendo assim, críticos como James Lattimer questionam a ingenuidade de se ver o tenente como um herói, afinal, há relatos de que ele e seu grupo matam cerca de 30 pessoas.

 

“Com o sentimento nacionalista novamente em crescimento no Japão, fazer um filme que essencialmente celebra alguém que pareceu assimilar totalmente suas ambições imperialistas é, no mínimo, ingênuo e, na pior das hipóteses, um insulto; o que está sendo dito aqui é que os filipinos que aparecem são pouco mais que bucha de canhão”, defende o crítico.

 

PRODUÇÕES ALTERNATIVAS

 

Além disso, outros produtos audiovisuais já estão em produção a fim de contrapor a obra de Harari. Mia Stewart está finalizando um documentário que dá destaque às posições dos filipinos sobre a estadia do tenente na ilha.

 

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“É fácil romantizar o soldado viajante do tempo que se recusa a se render, o espírito samurai, o sobrevivente. Eu admirei Onoda quando ouvi sobre ele pela primeira vez”. No entanto, ela acredita que a narrativa precisa ouvir os residentes locais “para opor-se à imagem de Onoda como herói e chamar a atenção e fazer justiça para as vítimas e suas famílias”, entende ela.

 

Fonte: Fatos Descomhecidos

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