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29/11/2022

Testamos a cura orgástica da massagem tântrica. Entenda como funciona

Foto: Reprodução

Na última sexta-feira (25/11), a coluna Pouca Vergonha foi convidada a experimentar a cura orgástica por meio da massagem tântrica. A primeira coisa a ressaltar é: apesar de ser sobre sexualidade — a energia mais potente do ser humano —, a técnica não é sobre sexo. Não se trata de uma masturbação, mas sim de uma terapia que tem como objetivo utilizar o prazer como algo sagrado e de conexão espiritual, um meio de liberar energias presas.É importante entender que a energia sexual não rege apenas o sexo.

 

Quando explorada e direcionada de forma adequada, ela impacta positivamente todos os aspectos da vida: criatividade, disposição, comunicação etc. Logo, isso faz do tantra uma terapia integrativa que, junto a outras (medicina, psicoterapia, medicamentos e hábitos saudáveis), garante uma vida saudável e equilibrada.


A sessão foi realizada pela terapeuta tântrica Rati, que atende na sala de um prédio comercial na Asa Sul, em Brasília (DF). Após preencher um formulário, alinhar expectativas e tirar dúvidas, o primeiro passo é a meditação ativa. Essa prática consiste em ter atenção plena em seja lá o que você estiver fazendo, como dirigir, lavar louça ou fazer compras.

 

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Descalças, começamos a andar pela sala e, enquanto continuamos conversando sobre as questões que me levavam ao tantra (para além da pauta jornalística), sentíamos tudo ao nosso redor, desde o cheiro da sala até a textura e a temperatura do chão e dos tapetes.

 

Ainda como parte da meditação, fincamos os pés no chão com as pernas semiflexionadas — o que nos permite ter um contato maior do nosso pé com o solo. A fim de ativarmos o chakra laríngeo, que é onde costumamos prender energia quando “engolimos sapo”, respiramos fundo e pela boca, deixando o ar passar pela garganta e respeitando a vontade do corpo: quer gritar? Grite.

 

Quer mexer a língua? Mexa. Aqui é sobre começar a botar para fora o que precisa sair.Logo após, você tira suas roupas, se encaminha para o colchão e deita de pernas esticadas e barriga para cima. Antes de continuar, me sinto no dever de esclarecer: o tantra é uma terapia executada de forma séria e respeitosa. Não é uma troca sexual, não tem carícias.

 

Só o paciente fica sem roupas. Todo toque íntimo é feito com luvas. O paciente direciona tudo que acontece (podendo pedir para parar, por exemplo) e, mesmo com o formulário e o consentimento inicial, a terapeuta segue pedindo permissão para acessar o corpo da pessoa a cada passo.


MASSAGEM


No caso de Rati, a massagem tântrica é dividida em três partes: sensitive, ayurvédica e yoni. Antes de começar, colocamos nas mãos algumas gotas de um óleo essencial que desperta o sagrado feminino. Logo após, todo o corpo (exceto as genitálias) é estimulado com toques muito leves e contínuos, para ativar a sensibilidade, principalmente das áreas que no dia a dia não são tocadas.

 

Depois, começa a parte ayurvédica, com estímulos mais fortes e o auxílio de óleo para a massagem, nas mesmas áreas que foram estimuladas na sensitive. Nessas duas primeiras partes, nós ficamos de barriga para cima, de lado e de costas. A massagem yoni — que é o toque nas genitálias, tanto externa quanto internamente — começa só após isso.

 

Antes de começar, Rati pergunta se pode prosseguir e começar os toques íntimos. Ao dizer que sim, de olhos fechados, eu consigo ouvi-la colocando as luvas. Primeiro, a massagem é focada na parte externa da vulva, também com o óleo. Durante esse processo, somos incentivados a fazer movimentos com a pelve, se acharmos necessário, para ativarmos o nosso prazer.

 

Após alguns minutos, tive o meu primeiro orgasmo na sessão. Apesar de não ter sido o primeiro orgasmo que tive na vida, a sensação foi diferente — medicinal em vez de sexual, eu diria.Antes, durante e depois, a indicação é que não paremos de respirar fundo para não acumularmos a energia que quer ser liberada, e também de não resistirmos aos impulsos motores causados pelas sensações, ou seja, está liberado se mexer, reagir a espasmos etc. Após retomar a respiração, começa a massagem yoni interna.

 

Como disse anteriormente, não acontecem movimentos masturbatórios, como o de vai e volta. O dedo, nesse caso, é utilizado para uma jornada de conhecimento do canal vaginal. Desacostumadas a praticar o autotoque sem intenções sexuais, somos convidadas a observar as características e especificidades do canal vaginal: lugares mais sensíveis, mais incômodos, mais fundos ou mais rasos.

 

Depois de alguns minutos nessa jornada de autoconhecimento, tive o segundo orgasmo. Após me acalmar — sem nunca parar de respirar fundo —, a terapeuta se retira e fica ao lado do colchonete, conduzindo, só com sua voz, outra meditação. No nosso tempo, vamos “voltando para a Terra”, mexendo as mãos e os pés, tomando consciência do espaço e, finalmente, abrindo os olhos.

 

O QUE EU SENTI ?


Fui para a sessão cheia de questões sobre a minha sexualidade. Sou uma pessoa muito sexual e tenho essa energia como um dos principais motores da minha vida —relacionamento, trabalho, relações familiares e de amizade, tudo. Essas questões, nos últimos tempos, têm “envenenado” a minha energia sexual (nas palavras da minha taróloga).Durante a massagem, esqueci que havia outra pessoa na sala. Era só eu e o meu corpo, meu templo, as minhas sensações e, claro, memórias.

 

 

Fui transportada para vários momentos enterrados na minha lembrança; um em específico, inclusive, fez os meus olhos encherem de lágrimas. Capricorniana regida pelo elemento Terra, com tendência ao saudosismo e muito ligada a raízes e estabilidade, vi essa lembrança surgir como um lembrete de que eu deveria passar a lembrar dela apenas com carinho em vez de tentar revivê-la a todo custo (vale dizer que isso aconteceu antes mesmo do início da massagem yoni).

 

Ao fim de toda essa avalanche de memórias e dúvidas, um grito. É assim que passei a encarar um orgasmo a partir daquele dia. Costumamos achar que o orgasmo é apenas o ápice do prazer, o objetivo de uma transa, um simples e momentâneo “gozar”. Mas, apesar de silenciosa, a sensação foi a mesma de quando estou explodindo com o transbordar de alguma emoção e me vejo sem outra saída que não seja gritar.

 

Na janela, com o rosto no travesseiro ou seja lá onde for: o orgasmo, tal qual aquele grito que solta tudo que está preso na nossa garganta nos adoecendo, é liberação. Libertação.

 

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Por isso, leitores da coluna, olhem a sexualidade de vocês com atenção e carinho. Não só olhem, cuidem dela. O nome do chakra no qual ela se encontra é “sacro” por um motivo. Gratidão à Rati pela experiência — e ao meu corpo por me possibilitar tanta coisa.

 

Fonte: Metropóles

 

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