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14/02/2020

Tiros que mataram capitão Adriano foram dados a pelo menos 1,5 metro de distância, diz IML

Foto: Polícia Civil

Ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como líder do grupo miliciano Escritório do Crime, foi morto neste domingo, 9

O miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto por dois tiros de fuzil, de no mínimo um metro e meio de distância, e chegou ao Instituto Médico Legal de Alagoinhas, a pouco mais de 135 quilômetros de distância de Salvador, com os dois pulmões destruídos e o coração dilacerado.

 

Os detalhes foram divulgados na tarde desta sexta-feira, 14, na sede do Departamento de Polícia Técnica, em Salvador.

 

Pela primeira vez depois da morte de Adriano, o médico responsável pela autópsia do corpo, Alexandre Silva, perito médico legista, deu detalhes sobre o estado do miliciano.

 

A entrevista coletiva reuniu, também, o diretor do IML, Mário Câmara, e Elson Jefferson Neves da Silva, diretor geral do DPT-BA.

 

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“Eram dois disparos de arma de fogo. Teve um primeiro, que passou por baixo do peito, saiu rasgando o pescoço, e entrou na submandibular. Eu encontrei o projétil na região do pescoço. O segundo foi na região da clavícula. Esse aqui entrou e saiu nas escápulas. Essas foram as lesões provocadas por armas de fogo”, explicou Alexandre.

 

O caminho das balas

 


Os tiros foram de fuzil, determinou a autópsia, mas o calibre ainda não foi determinado. O laudo parcial divulgado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) ainda aponta seis fraturas nas costelas.

 

Os peritos negaram, diversas vezes, que o disparo tenha ocorrido numa distância de menos de um metro e meio. “Se você pega um fuzil calibre 762, por exemplo, bota perto da mandíbula, vai ter mandíbula para tudo que é lugar”, afirmou Mario. Logo depois, comparou: “Assistam ao assassinato de John Kennedy, explodiu a cabeça dele, isso o sujeito [o assassino] lá longe”.

 

Não se sabe quanto tempo, exatamente, Adriano ainda conseguiu sobreviver depois dos disparos. Mas acredita-se que, pelo menos, de 10 a 15 minutos. “É por isso que muitos policiais atiram até derrubar. O cérebro continua vivo”, tentou justificar Mario. Depois, o corpo do miliciano foi levado para o IML de Alagoinhas, a 72 quilômetros de Esplanada. A liberação aconteceu no dia seguinte e não se sabe, depois da retirada pela família, onde ele está. É o que afirmou a SSP-BA ao Estado. A família tentou autorização para cremar o corpo, mas a Justiça negou, na última terça, 12.

 

O perito também encontrou uma área de equimose avermelhada no peito e uma lesão “cortocontusa” na testa – atrito que machuca e corta, como quando uma pessoa recebe uma forte cotovelada ou um murro por exemplo. As equimoses são causadas por vasos rompidos, abaixo da derme (camada mais superficial da pele), causada por uma superfície, quando Adriano ainda estava vivo. “Foi de forma passiva ou ativa? Não sei. Isso foi antes dele morrer”, pontuou Mario. “Ele bateu, provavelmente, em alguma quina”, complementou.

 

‘Suposto perito’

 

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Adriano Nóbrega estava escondido(Foto: Divulgação/SSP-BA)


Os peritos evitaram calcular a distância exata do tiro. Disseram que é “impossível” prever a distância, exceto se conseguirem recuperar a arma que fez o disparo, usarem munição similar e disparar contra um alvo repetidas vezes até que se faça uma marca igual na “zona de tatuagem” - causada pela absorção de partículas de pólvora que atingem o corpo da pessoa atingida por um tiro.

 

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No entanto, Mario reforçou, quase em todas as respostas, que a distância está mais para “longa” – de um metro e meio a dois – que “curta”. Foi ele quem respondeu a maior parte das perguntas dos jornalistas. Elson Jefferson Neves da Silva, diretor geral do DPT-BA, disse que peritos não são acostumados - nem devem ser - a dar entrevistas. Mario fez questão de criticar os legistas entrevistados pela Veja.

 

“Na minha opinião, emitiram opinião de forma leviana. O ideal é ver o corpo, nós fizemos o ideal, o perito fez o ideal, levantou prova material”.

 

O diretor geral do DPT frisou que a perícia técnica não leva em consideração nenhuma opinião de terceiros, como entrevistas a policiais, quando questionado por jornalistas. Não foram informados outros detalhes além da perícia, como se Adriano foi encontrado com algum pertence ou dinheiro. “Eu analiso o que vejo”, disse Elson. Ainda restam três laudos – como o de balística – serem divulgados, mas nenhum dos peritos estipulou prazo.  

 

O Estado de S.Paulo

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