01 de Maio de 2024 - Ano 10
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Mulher
12/06/2022

Trisal de mulheres relata experiência e dificuldades de aceitação: 'temos infinitas possibilidades de felicidade'

Foto: Reprodução

Três mulheres deram as costas para os preconceitos e tabus da sociedade. Há 7 meses, decidiram viver uma experiência que foge ao tradicionalismo: um trisal. Neste domingo (12), elas celebram o primeiro Dia dos Namorados, mas antes de chegar à felicidade, vários desafios foram enfrentados e a aceitação ainda é um problema.

 

A luta pela autonomia começou desde cedo, quando Luana, Jéssica e Laís (nomes fictícios) começaram a trabalhar, aos 18 anos de idade.

 

Mulheres lésbicas, lidar com a discriminação sempre foi um gigante que elas precisaram derrubar.

 

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"Da amizade que já era muito cheia de carinho e cuidado, avançamos para um amor potente e real", contou Luana.
Os nomes foram dados de forma aleatória, porque a família de uma delas não sabe sobre a relação das três. Essa é uma das dificuldades relatadas por elas.

 

ONDE TUDO COMEÇOU

 

Luana e Jéssica se conheceram em 2014 em uma roda de amigos. Começaram a namorar e logo foram morar juntas. Se casaram civilmente dois anos depois.

 

Ao g1, elas relataram que o relacionamento foi construído com confiança e transparência, fatores cruciais para uma convivência saudável. No entanto, pensar uma relação fora da monogamia era difícil e fora de cogitação.

 

"Era ciumenta e exclusiva nas suas antigas relações", disse Luana sobre Jéssica, quando questionava a companheira sobre poligamia.

 

Três mulheres vivem juntas há 7 meses — Foto: Arquivo pessoal

 

O processo de desconstrução surgiu a partir de trocas e discussões sobre o tema. "Podemos nos desprender do que nos disseram e nos moldaram, para apenas sentir e estar", comentou Luana.

 

"Sinto que quando há maturidade e reciprocidade no querer, as relações tendem a passar por menos caos", ressaltou.
Essa mudança sobre as percepções de relacionamento, entretanto, só se efetivou em 2021, após 5 anos de convivência entre as duas. Através das redes sociais, elas conheceram Laís, que morava em Rio Verde, cidade do interior do Goiás.

 

No início, era uma amizade intensa e com muitas afinidades. O primeiro encontro presencial foi no mês de outubro. A partir daí, a relação tomou outra proporção.

 

"A desconstrução das barreiras sociais implantadas nos levou a outra relação, sem medos ou limitações do outro, e foi assim que conhecemos a Laís. Entendemos que o sentimento de amor não está na comparação e, sim, na inclusão", destacou Jéssica.

 

CONVIVÊNCIA E PRECONCEITO

 

O namoro das três fluiu naturalmente até que, há 1 semana, decidiram que Laís viria para João Pessoa, morar com Jéssica e Luana. O momento é de reconhecimento e adaptação, mas a expectativa é de solidez.

 

"Nossa relação já vem sendo acompanhada de coisas e sentimentos bons, novos amigos, novos familiares e uma gata mandona (sorriu). Manter esse bem-estar é a única coisa que importa!", pontuou Luana.

 

Amigos e parentes já sabem da decisão, mas vez ou outra surge alguma situação desconfortável para elas, porque as pessoas não entendem que "a relação deve ser vista em três partes iguais, de mulheres que são conscientes do compromisso que assumiram". Jéssica contou que alguém já comentou "você e seu casal", para se referir a ela e às duas companheiras.

 

Trisal já utiliza alianças, mas casamento civil ainda não foi legalizado no Brasil — Foto: Arquivo pessoal

Por outro lado, elas não veem a necessidade de evidenciar a relação para aqueles que não sabem, porque estão mais preocupadas em fortalecer a relação internamente.

 

"O mais ideal dos mundos seria a exclusão da definição padrão da relação e a garantia de direitos iguais para todos que conscientemente escolheram viver o que vivem", concordaram.
No dia a dia, assim como toda relação comum, elas discutem e até se desentendem, mas é nessa convivência que a relação amadurece.

 

"É onde achamos as nossas melhores conexões, que mais damos risadas e nos divertimos. O olhar tranquilo para o dia e para o compartilhar da nova relação acaba fazendo as três felizes no cotidiano", afirmou Luana.

 

Apesar das dificuldades, elas pretendem ter filhos. Porém, antes disso, além das inúmeras viagens, as três mulheres desejam crescer profissionalmente.

 

Luana é analista de negócios e sistemas, Jéssica trabalha com tecnologia e Laís é empreendedora. Cada uma tem 30 anos de idade.

 

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Próximo passo é registrar a união civil, que ainda não foi legalizada no Brasil quando se trata de trisais.

 

Fonte: G1

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