Havia, entre os investigadores, temor de que Lula escolhesse um procurador-geral da República a la Aras, o que prejudicaria as apurações. Paulo Gonet, escolhido pelo presidente para o cargo, é visto na Suprema Corte como incapaz de perseguir ou passar pan
Integrantes da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam, de forma reservada, que a escolha de Paulo Gonet para comandar a Procuradoria Geral da República dará agilidade às investigações envolvendo a delação de Mauro Cid e também outras frentes do núcleo envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com Gonet, a expectativa na Polícia Federal (PF) é de que seja retomado o que chamam de ''normalidade'' dos processos. Ou seja, na prática, os interlocutores apostam que o novo procurador não irá revisar ou confrontar uma decisão que já foi avalizada pelo STF.
Ministros do STF ouvidos pelo blog também classificam Gonet como "extremamente legalista: incapaz de perseguir ou de passar pano (no caso de Cid)".
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Fontes da PF que participam diretamente da delação de Cid, por sua vez, acreditam que, por Gonet ser próximo ao ministro Alexandre de Moraes, fiador da delação de Cid, a indicação de Gonet vai validar ainda mais o trabalho dos investigadores.
A expectativa na PF é de que as primeiras denúncias do caso tenham encaminhamento no primeiro semestre de 2024.
Vale lembrar que para Gonet assumir o cargo é necessário passar por uma sabatina, agendada para 13 de dezembro. Sendo aprovado, interlocutores ouvidos pelo blog acreditam que o provável é que ele estude o caso de Cid e tente compor com a Polícia Federal a melhor forma de aproveitar o conteúdo, como com pedido de diligências complementares.
OUTROS NOMES COTADOS
Havia, entre os investigadores, temor de que Lula escolhesse um procurador-geral da República 'a la Aras', o que prejudicaria as apurações. Por exemplo, o Subprocurador Carlos Frederico, que chegou a ser cotado para o posto, já disse publicamente que as informações prestadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), na delação eram ''fracas" (relembre mais abaixo).
O posicionamento de Frederico — responsável pela invasão na praça dos três poderes, em 8 de janeiro — sobre a fala de Cid provocou uma revolta na PF. Para investigadores, ele ''jogava contra a delação'' uma vez que o Ministério Público Federal (MPF) não foi ouvida durante as negociações do acordo.
Os procuradores são contrários à possibilidade da PF fechar delação premiada sem o aval do MPF, que é titular da ação penal. Eles entendem que é uma usurpação de competência.
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Já Antonio Carlos Bigonha, subprocurador politicamente mais próximo à esquerda e que também foi cotado ao cargo na Procuradoria, era visto por setores do STF como corporativista. Então, havia um temor de que ele pudesse não dar agilidade às investigações que não contassem com a participação do Ministério Público.
Fonte: G1