Desde sua primeira aparição na China, o coronavírus evoluiu, sofreu mutação e continua mudando, deixando o mundo de cabeça para baixo. Cientistas e pesquisadores tem trabalhado desde então para tentar entender o vírus e suas mutações.
Os cientistas detectaram milhares de mutações no SARS-CoV-2, o nome oficial do vírus que causa a doença Covid-19 e descobriram que o vírus pode alterar seu comportamento. O grande temor de muitos é que, por conta dessas mudanças, um vírus mais infeccioso ou mais letal em humanos possa representar uma ameaça ao sucesso de uma futura vacina.
Recentemente o governo da Malásia divulgou um relatório com os resultados dos testes realizados em um grupo de viajantes da Índia. Para surpresa das autoridades de saúde, eles encontraram uma nova cepa resultante de uma mutação no Covid-1.
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A cepa D614G
A mutação foi descoberta por cientistas em fevereiro, e está circulando desde então na Europa e nas Américas, segundo a Organização Mundial de Saúde. Uma equipe internacional de pesquisadores revelou em um estudo publicado em julho na revista Cell que essa variação no genoma viral do SARS-CoV-2 melhorou sua capacidade de infectar células humanas e que é mais infeccioso em culturas de células em condições de laboratório.
Por outro lado, Noor Hisham Abdullah assegurou que a cepa D614G detectado na Malásia é 10 vezes mais contagioso do que o inicial, e que as vacinas que estão atualmente a ser desenvolvidos pode não ser eficaz contra esta mutação.
Como funciona a mutação D614G?
A mutação D614G está localizada dentro da proteína spike, que o vírus usa para penetrar em nossas células. Lembre-se de que os vírus sofrem mutações constantes e, embora algumas alterações ajudem a reprodução de um vírus, algumas podem dificultar isso. Outros são simplesmente neutros.
Essas mutações representam um 'subproduto do vírus em replicação', explica a Dra. Lucy van Dorp, da University College London. Eles "pegam carona" no vírus sem mudar seu comportamento. Um grande número de especialistas considera, conforme explica o Dr. Thenhan de Silva, da Universidade de Sheffield, que existem dados suficientes para dizer que esta versão do vírus tem uma "vantagem seletiva" sobre a versão anterior.
Embora ainda não haja evidências suficientes para dizer que é "mais transmissível" nas pessoas, De Silva indica que tem certeza de que "não é neutro".
No entanto, de modo geral, só porque um vírus é mais transmissível não significa que ele seja mais letal; na verdade, geralmente o oposto é verdadeiro. Não há evidências de que esse coronavírus tenha sofrido mutação para deixar os pacientes mais ou menos doentes. Em relação à transmissibilidade, a carga viral é apenas uma indicação de quão bem o vírus está se propagando dentro de uma única pessoa. Não explica necessariamente o quão eficaz é para infectar outras pessoas.
Isso afetará a eficácia das vacinas?
Diferentes especialistas concordam que esses tipos de mutações provavelmente não mudarão o vírus o suficiente para tornar as vacinas possíveis menos eficazes.
As variantes "são quase idênticas e não alteraram áreas que nosso sistema imunológico normalmente reconhece, então não deve haver diferença para as vacinas que estão sendo desenvolvidas", diz Sebastian Maurer-Stroh, da Agência para Ciência, Tecnologia e Pesquisa de Cingapura,
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Da mesma forma, o professor Gavin Smith, do Programa de Doenças Infecciosas Emergentes da Duke-NUS Medical School, em Cingapura, indica que as vacinas continuarão a ser eficazes contra essa cepa porque não têm como alvo a parte afetada do genoma.
A Noticiosa
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