01 de Junho de 2024 - Ano 10
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Meio Ambiente
29/02/2024

Uma ponte sul-americana para o tráfico internacional de animais

Foto: Reprodução

Repetidos crimes com espécies brasileiras em risco de extinção convergem ao Suriname, palco de conturbada história política

Nos últimos 9 meses, episódios de tráfico de espécies brasileiras ameaçadas de extinção envolveram rotas ou indivíduos do Suriname, país amazônico vizinho cuja história é marcada por séculos de colonização europeia, ditadura militar, fragmentação social e econômica.Um brasileiro, um togolês, um surinamês e um uruguaio estão presos por tráfico de animais selvagens em Lomé, capital de Togo.

 

Uma quinta pessoa, um suposto israelense, mas com passaporte de Belarus, no leste europeu, fugiu, disse a Rádio France Internacional. Fontes brasileiras confirmaram as informações a Eco.Todos eles foram flagrados pela guarda costeira do país africano quando a traineira em que estavam teve uma pane, no último 12 de fevereiro. A carga tinha 20 micos-leões-dourados e 12 araras-azuis-de-lear, espécies que só vivem livres no interior do Rio de Janeiro e da Bahia, respectivamente.

 

“Claramente são animais capturados na natureza”, destaca Luís Fábio Silveira, doutor em Zoologia pela Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Fundação Lymington, entidade voltada a reproduzir e repovoar ambientes naturais com aves ameaçadas.Os micos e araras eram levados com autorizações falsas. Negócios com as espécies são vetados pela Cites, sigla em Inglês da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção.

 

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Representantes do acordo no Governo de Togo não retornaram nossos pedidos de entrevista.A embarcação dos traficantes tinha bandeira brasileira, havia saído do Suriname e rumava ao Benin, país vizinho de Togo, indicam as investigações iniciais. Da África, os animais rumariam provavelmente à Europa ou Ásia, grandes destinos internacionais de espécies sul-americanas roubadas.

 

No momento da apreensão, três micos já estavam mortos. Os demais macacos e aves estavam em péssimas condições, doentes, mal alimentados, em gaiolas pequenas e sujas. Todos foram tratados por agentes do Ibama na residência do embaixador do Brasil na capital togolesa, Nei Bitencourt.

 

( Foto: Reprodução)

 

Os animais sobreviventes retornaram ao Brasil esta semana. O governo mobilizou equipes e uma aeronave para sua repatriação. “A ação sinaliza ao mundo que o país se importa com suas espécies”, avalia Luís Paulo Ferraz, secretário-executivo da Associação Mico-Leão Dourado (AMLD).

 

Araras e micos estão em quarentena no interior dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Se conseguirem vencer o trauma e os ferimentos, poderão voltar aos ambientes naturais. Testes tentarão identificar precisamente onde foram capturados.

 

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“Os micos vivem em grupos, em famílias, e sua reintrodução é complexa sem a informação de sua origem. Mas, já sabemos que alguns animais são de áreas que monitoramos no estado do Rio de Janeiro”, revela Ferraz, da Associação Mico-Leão Dourado (AMLD).  

 

Fonte: O Eco

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