Parceria desde a base até seleção principal, divisão de quarto nas concentrações e até escolha de padrinho para filho evidenciam intensidade da relação dos dois compadres argentinos
Em maio de 2020, Sergio "Kun" Agüero, ainda atacante do Manchester City, estava em uma live jogando vídeo game quando, algumas pessoas que assistiam, começaram a pedir que ele ligasse para Lionel Messi. Sem relutar, ele telefonou no mesmo instante.
À época, a ideia da ligação era dar a entender que os dois amigos poderiam, um dia, jogar juntos. Mas os fãs que assistiam à live pensavam que essa parceria poderia acontecer no Manchester City e, nesse cenário, Messi que trocaria de clube.
O tempo passou e, um ano depois, Agüero e Messi poderão, enfim, jogar juntos em um clube: mas no Barcelona.
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Depois que o time catalão anunciou a contratação do atacante, na segunda-feira passada, diversas especulações começaram a rondar o mundo do futebol, dizendo que Messi poderá assinar um novo contrato no clube que sempre defendeu.
Seria a chegada de Agüero um fator determinante para a decisão de Messi? Para responder a essa pergunta, o ge foi atrás do passado e do presente dos dois amigos argentinos.
Primeiro torneio juntos
De junho a julho de 2005, na Holanda, foi realizada a Copa do Mundo sub-20. Antes dela, Messi e Agüero ainda não tinham sido apresentados, mas logo se conheceriam dentro e fora dos gramados.
Em campo, jogaram juntos em quatro partidas, e teve até assistência de Agüero para um gol de Messi, eleito o melhor jogador do torneio vencido pela Argentina com vitória por 2 a 1 sobre o Brasil na final. O lance decisivo que garantiu o título aos 47 minutos do segundo tempo teve jogada do então camisa 18 Lionel e furada de Sergio, número 19 às costas, aproveitada por Zabaleta.
Fora de campo, pela primeira vez os dois dividiram o quarto na concentração, tradição que se manteve em muitos encontros dos dois na seleção principal.
Título olímpico em Pequim
Três anos depois, entre algumas convocações para a seleção principal e de base, os dois se reencontraram no elenco que conquistou o bicampeonato olímpico de futebol para a Argentina. Atuando juntos em cinco partidas, os dois foram essenciais para aquela conquista, e começaram a escrever, juntos, suas trajetórias no futebol.
A essa altura, ambos estavam no futebol espanhol: Messi, no Barcelona, onde se tornou maior artilheiro e ídolo do cube, e Agüero, no Atlético de Madrid. No entanto, em 2011 eles se distanciaram com a ida de Sergio ao Manchester City, clube onde se tornaria, assim como seu amigo, o maior ídolo e artilheiro da história.
Jogos e mais jogos pela seleção
Entre Copa América, eliminatórias sul-americanas, Copas do Mundo e amistosos, Messi e Agüero dividiram a cancha em 77 partidas. Juntos, fizeram 17 gols: oito de Lionel Messi com assistências de Agüero e nove do atacante com passes do camisa 10.
Mas a dupla de amigos não teve tanto sucesso como nas divisões inferiores. Foram dois vices de Copa América (em 2015 e 2016), e um vice de Copa do Mundo, em 2014.
Além disso, na maioria dessas competições, Messi e Agüero sempre dividiram os quartos quando estavam concentrados com o restante da delegação. Em outubro do ano passado, Agüero deu uma entrevista ao jornal espanhol As e contou mais detalhes sobre essa relação com Messi:
- Sempre que durmo com a TV ligada, no dia seguinte ele (Messi) reclama. Chega no hotel e é o primeiro a tomar banho. Quando fico no celular, ele me lembra que tenho que descer para jantar... Ele reclama de tudo - brincou Agüero.
Fora isso, apesar de achar Messi "reclamão", Agüero terá de aguentá-lo pelo resto de sua vida, afinal, Messi é padrinho de Benjamin, filho do maior artilheiro estrangeiro da Premier League, e tem uma relação incrível com seu afilhado.
Pensamento no presente e olho no futuro
Na seleção argentina, Messi e Agüero farão a espécie de "última dança", nos próximos - e derradeiros - torneios que disputarão (Copa América e Copa do Mundo). Bem capaz de os amigos terem a mesma chance nos anos finais de carreira em alto nível no Barcelona, caso o camisa 10 continue mesmo - Sergio faz 33 anos nesta quarta-feira, e Lionel completa 34 no próximo dia 24. Segundo o presidente do clube catalão, Joan Laporta, "o contrato de Lionel vai bem, mas ainda não está feito".
Se chegou a ser difícil imaginar que Messi permanecesse no Barcelona depois do vexame na temporada passada e da pouca melhora na atual, com a conquista da Copa do Rei apenas, agora passou a ser mais complicado imaginá-lo fora da Catalunha e do clube que sempre defendeu, sobretudo depois da chegada de um de seus melhores amigos à equipe.
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Fotos: Reprodução
Fonte: Globo Esporte